Os deputados estaduais de Alagoas querem formar uma comissão de parlamentares para investigar denúncias realizadas por moradores de crime ambiental, em Craíbas, no agreste alagoano, nas proximidades da Mineradora Vale Verde. O assunto foi levado à tona pelo deputado Ronaldo Medeiros (PT) e debatido pelos deputados Antônio Albuquerque (Republicanos), Inácio Loiola (MDB), Cabo Bebeto (PL), Francisco Tenório (PP) e delegado Leonam (União Brasil).
“Nós, aqui nesta Casa, não podemos ficar calados, não podemos ficar somente observando. Eu creio que a Assembleia deverá formar uma comissão, visitar a cidade e dialogar com os envolvidos”, sugeriu, informando que propôs a realização de uma sessão especial para debater esse assunto.
“Temos que trazer esse debate para esta Casa, que tem participado ativamente das decisões em prol do povo alagoano. E esse assunto tem que ter uma atenção toda especial”, declarou Ronaldo Medeiros, chamando a atenção do Governo Estadual e do Governo Federal para que ajam logo no município de Craíbas, antes que seja tarde demais e venha a ocorrer o que aconteceu em Maceió.
Antônio Albuquerque questionou a concessão das licenças ambientais que autorizaram a exploração da atividade de mineração na região afetando vários municípios, a exemplo de Arapiraca, Igaci e até Limoeiro de Anadia. “Quando as explosões ocorrem lá, são sentidas em todo aquele entorno. Sua preocupação é importante, plausível e relevante. Mas é preciso que não se penalize a Prefeitura de Craíbas, que acredito ser o ente de menor responsabilidade sobre isso”, observou Albuquerque.
O deputado Inácio Loiola observou que a responsabilidade maior pela instalação da Vale Verde no município de Craíbas é do governo federal e acredita que os alagoanos não sabem exatamente os prós e contras da instalação da mineradora naquele local. “O objetivo principal é a exploração do cobre. Recentemente uma empresa chinesa adquiriu a Vale Verde”, informou Loiola.
Durante a sessão, o deputado Cabo Bebeto também demonstrou sua preocupação com o tema e lembrou que, durante uma audiência pública para tratar do afundamento do solo provocado pela Braskem em Maceió, o responsável do IMA informou que o órgão não tinha capacidade de verificar a exploração aqui na capital. “Se o Estado ainda não provê essa tecnologia e não tem capacidade de terceirizar essa avaliação, é grave. É importante que o IMA resolva e monitore essa situação, para que não tenhamos uma Braskem 2”, disse Bebeto.