Um homem acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas de compartilhar cenas de abuso infantil e aliciar crianças através da internet foi condenado a 19 anos, 4 meses e 20 dias de reclusão, a serem cumpridos em regime fechado. A condenação foi confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) e não admite mais recursos judiciais.
As investigações revelaram que o indivíduo atuou de forma contínua entre os anos de 2020 e 2023, utilizando perfis falsos em diversas plataformas online, como ICQ, WhatsApp, Telegram e Facebook. Por meio desses perfis, ele armazenava, comercializava e compartilhava material de abuso sexual infantil, internacionalmente conhecido como CSAM (Child Sexual Abuse Material).
A apuração também demonstrou que o acusado, utilizando-se de identidades virtuais falsas, atraía vítimas, geralmente meninas, e as persuadia a enviar imagens íntimas. Ele se apresentava como uma adolescente, utilizava fotos não autênticas e oferecia sorteios ou brindes como forma de iniciar o contato com as menores.
Parte das abordagens incluía o envio de mensagens e fotos de conteúdo erótico, além de praticar extorsão, ameaçando divulgar as imagens íntimas das vítimas para forçá-las a realizar determinadas ações. Essas práticas são consideradas ilegais mesmo quando há um aparente “consentimento” da vítima, caso ela seja menor de idade.
Além da comercialização do material ilícito, com transações financeiras realizadas através de plataformas como Pix e PayPal, foram identificadas movimentações financeiras suspeitas envolvendo pessoas de diversos países, incluindo Argentina, Chile, Colômbia, República Dominicana, Equador, México, Peru, Estados Unidos, Venezuela, Emirados Árabes Unidos, Índia, Japão, Kuwait, Malásia, Arábia Saudita, Tailândia, Alemanha, Espanha, França, Reino Unido, Holanda, Portugal e Eslovênia.