O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse nesta quarta-feira (29/10) que a Superintendência da Polícia Federal (PF) do Rio de Janeiro foi consultada pela inteligência da Polícia Militar do estado sobre a megaoperação realizada nos complexos do Alemão e da Penha nessa terça-feira (28/10), mas a corporação avaliou que a ação “não era razoável”.
“Essa é uma operação do estado do Rio de Janeiro, e nós não fomos comunicados que seria deflagrada nesse momento. Houve um contato anterior, do pessoal da inteligência da Polícia Militar com a nossa unidade do Rio de Janeiro, para ver se haveria alguma possibilidade de atuarmos em algum ponto nesse contexto. A partir da análise do planejamento operacional, a nossa equipe entendeu que não era uma operação razoável para que a gente participasse”, afirmou o diretor-geral da PF.
De acordo com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, não houve comunicação formal sobre a megaoperação, que resultou em mais de 130 mortes e já é considerada a mais letal do estado. A PF teria sido comunicada de “alguns detalhes, dos planos que estavam sendo engendrados no Rio de Janeiro”.
“Houve um contato no nível operacional, informando que haveria uma grande operação e [questionando] se a Polícia Federal teria alguma possibilidade de atuação na sua área, no seu papel. […] A partir dessa análise geral, entendemos que não era o modo que a Polícia Federal atua, o modo de fazer operações”, explicou Andrei.
Segundo o diretor-geral da corporação, a Superintendência do Rio entendeu que a PF não tinha atribuição legal para participar da megaoperação.
“Naquela operação, que é do estado, tinha mais de 100 mandados para cumprir do estado do Rio, e nós não teríamos nenhuma atribuição legal para participar; portanto, não fazia sentido nossa participação”, completou Andrei.
As declarações foram dadas depois de uma reunião convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio da Alvorada.
Participaram também do encontro o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e os ministros Rui Costa (Casa Civil), José Múcio Monteiro (Defesa), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Sidônio Palmeira (Comunicação Social), Anielle Franco (Igualdade Racial) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania).
O ex-deputado federal pelo RJ e presidente da Embratur, Marcelo Freixo (PT-RJ), também estava presente.
Uma comitiva do governo federal, composta pelos ministros da Justiça, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, e pelo diretor-geral da PF, deve embarcar para a capital fluminense ainda nesta quarta. Ainda não há previsão de ida do presidente Lula ao Rio.
Fonte: Metrópoles






