Quatro adultos foram presos e um adolescente de 15 anos apreendido nesta quarta-feira (03), suspeitos de envolvimento no assassinato de Tamires Kelly da Silva, em Rio Largo, ocorrido no último dia 24 de agosto.
O corpo da vítima foi encontrado em uma área de mata no Conjunto Antônio Lins, apresentando sinais de espancamento.
“Tribunal do crime”
Segundo a delegada Rosimeire Vieira, titular da Delegacia de Homicídios de Rio Largo, Tamires teria sido julgada e condenada por um chamado “tribunal do crime”. A motivação seria uma denúncia de roubo envolvendo a vítima. O grupo suspeito é apontado pela polícia como liderança do tráfico de drogas na região.
“Tanto a vítima quanto os investigados moravam no mesmo conjunto. Já se conheciam. Diante da suspeita de que a mulher teria praticado um roubo, ela foi submetida a um tribunal do crime, liderado por um adolescente de 15 anos”, explicou a delegada.
O crime teria começado em plena praça pública, no domingo (24), por volta das 10h. Tamires foi coagida diante de moradores, arrastada à força e conduzida até a área de mata onde seria morta.
“Ela foi levada num verdadeiro calvário, apanhando durante o percurso com correntes de motocicleta, pauladas e puxões de cabelo, até chegar ao local onde foi brutalmente agredida”, relatou Vieira.
Família impedida de socorrer
A investigação aponta que a família da vítima presenciou parte das agressões, mas foi impedida de socorrer Tamires. O grupo criminoso teria ameaçado moradores para que ninguém chamasse polícia ou socorro médico.
“Depois das agressões, ela ainda estava com vida, agonizando. Mas os familiares e vizinhos foram proibidos de acionar qualquer tipo de ajuda. Tamires agonizou até a morte sem que a família pudesse fazer nada por ela”, destacou a delegada.
Tamires Kelly da Silva morava havia cerca de um ano no Conjunto Antônio Lins e trabalhava com coleta de recicláveis. No dia da morte, usava camisa preta e short azul. Seu corpo foi encontrado com o rosto virado para o solo.
A operação
A ação policial que prendeu os suspeitos foi batizada de “Operação Reciclo”. Ela contou com a participação da Delegacia de Homicídios de Maceió e Rio Largo, além da Oplit e do Grupamento Aéreo. A operação foi coordenada pelas delegadas Tacyane Ribeiro e Rosimeire Vieira.
