Alan Vitor dos Santos, sobrevivente de uma tentativa de homicídio cometida por Albino Santos de Lima, conhecido como o serial killer de Maceió, participou nesta quinta-feira (4) do julgamento do réu. Durante o julgamento, Alan pediu veementemente a condenação de Albino, que está preso desde setembro de 2024 e é investigado por pelo menos 18 assassinatos.
O ataque aconteceu em 12 de junho de 2024, no bairro Vergel do Lago. Alan voltava do trabalho para a casa da avó quando percebeu que estava sendo seguido. Em seguida, foi atingido por quatro tiros: um na nuca, dois no pulmão e um de raspão na orelha.
Em um momento que emocionou o júri, Alan levantou a camisa para mostrar as cicatrizes e a bolsa de ostomia que passou a usar após o atentado. Alan ficou 30 dias em coma e, mesmo sobrevivendo, ainda sofre com sequelas: utiliza bolsa de colostomia, tem crises de epilepsia, depende de remédios e um dos dedos da mão ficou prejudicado, dificultando seu trabalho como barbeiro.
O Ministério Público revelou que Albino vinha observando Alan pelas redes sociais. Segundo as investigações, o acusado tinha pastas digitais com informações de vítimas, fotos, notícias dos crimes e até autorretratos em cemitérios. Alguns arquivos eram nomeados como “odiadas instagram” e “mortes especiais”, mostrando o planejamento e frieza do réu.
De acordo com o promotor Antônio Vilas Boas, apesar do réu negar a autoria do crime, o Ministério Público possui provas robustas da sua participação para convencer os jurados e levá-lo a uma condenação. “Portanto, esse será mais um passo fundamental para garantir justiça às vítimas e reafirmar o compromisso institucional do Ministério Público com a defesa da vida e da ordem pública.”
Testemunhas também prestaram depoimento. Laura Nicole, irmã de Alan, disse que ele nunca teve envolvimento com drogas e que a motivação do crime nunca foi esclarecida para a família. Ela contou que Albino seguia Alan nas redes sociais e que no dia do crime ouviu os tiros e encontrou o irmão desacordado.
Wesley Michael Alves dos Santos, amigo de infância, afirmou que viu o suspeito vestido de preto e que Alan havia feito uma live cortando cabelo que Albino chegou a assistir. Outro amigo, Diego Rafael Santos Pontes, contou que Alan ajudava sua família na barbearia e que aguardou mais de um ano para enfrentar Albino no tribunal.
Albino Santos de Lima é apontado como responsável por 18 homicídios e seis tentativas entre 2019 e 2024. Ele já confessou parte dos crimes e enfrenta agora seu quarto julgamento. Um caso anterior envolveu Emerson Wagner da Silva, amigo de Alan e também barbeiro, pelo qual Albino foi condenado a 37 anos de prisão.