No The Town, Reynaldo Gianecchini falou ao F5 sobre a volta aos palcos e os rumos que deseja para a carreira na TV. Em outubro, ele estreia “Um Dia Muito Especial”, ao lado de Maria Casadevall, no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo.
“A peça tem músicas italianas, mas não é um musical”, explica. “São canções dos anos 1940 da Itália, que eu nem conhecia, estou aprendendo agora – e amando. A história se passa na Itália fascista, no dia em que Hitler visita Mussolini. Dois personagens à margem, solitários por razões diferentes, se encontram enquanto todos vão à parada e, nesse encontro, mudam a vida um do outro.”
Segundo o ator, a montagem combina delicadeza e potência. “Tem dança, tem música e temas super tocantes. É tudo muito bonitinho e, ao mesmo tempo, profundo.” A conexão com a música, diz ele, vem se intensificando desde a pandemia. “A música tem me atravessado de um jeito que eu tento incorporar nos trabalhos. Tenho estudado dança e canto, querendo conhecer mais o meu corpo e o meu aparelho vocal como artista.”
Gianecchini relembra o desafio recente em um grande espetáculo. “Fiz ‘Priscila’ e morro de saudade daquela experiência. Foi das coisas mais difíceis para mim, mas também das mais marcantes: estar no palco cantando, dançando, me desafiando com uma galera tão boa.” Hoje, sem contrato fixo, ele diz escolher com cuidado o que faz. “Cada vez quero fugir um pouco do que já fiz e procurar coisas novas.”
Na televisão, o desejo é claro. “Tenho vontade de fazer mais séries. Fiz muita novela a vida inteira e poucas séries – na Globo, nenhuma. Me atraem esses projetos mais curtos e intensos, até porque eu também quero curtir a vida, não ficar só trabalhando que nem maluco.”
Quando pensa grande, ele já tem um título favorito. “Eu ia amar fazer ‘The White Lotus’. Adoro esse tipo de narrativa em que tudo é sutil, mas o mundo interno das pessoas pode explodir a qualquer momento. No Brasil, a gente fala de questões sociais importantes, mas às vezes faltam as histórias simples do cotidiano: o problema do vizinho, da mãe, do pai de família – um mundo em ebulição que pouca gente retrata.”
Entre um show e outro, o ator também define o que torna um festival inesquecível. “Boa música e gente legal. Quando a música te toca de um jeito que dá vontade de ir para o gramado, trocar com as pessoas e se divertir junto, é isso.”