reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Josealdo Tonholo, afirmou que a instituição enfrentará dificuldades para continuar funcionando plenamente diante do orçamento federal de 2022. Ao Acta, Tonholo revelou que o valor é insuficiente e que a universidade “vai ter que se reinventar e contingenciar alguns recursos para conseguir continuar oferecendo serviço com qualidade”.
Entre 2020 e 2021, as 69 universidades federais, em todos os estados, sofreram corte de verbas. Em 2020, o orçamento foi de R$ 5,5 bilhões. No ano passado, caiu ainda mais, para R$ 4,5 bilhões. Para este ano, o valor é de R$ 5,3 bilhões.
Em novembro de 2021, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) fez uma projeção e repassou ao Congresso Nacional indicando que seriam necessários R$ 6,9 bilhões de orçamento para cobrir os custos de operação em 2022. O cálculo inclui gastos com manutenção de laboratórios e salas de aula, além das contas de energia, água, segurança e internet.
De acordo com Tonholo, a expectativa era de que houvesse, pelo menos, uma recomposição orçamentária ao nível de 2020. Entretanto, o orçamento nominal deste ano é apenas ligeiramente superior ao do ano anterior, com um aumento de 4%.
“Sequer dá para repor a inflação planejada do período passado, que está em torno de 10 a 11%”, lamentou. “Além de ter tido um aumento significativo de insumos, material de consumo e material de construção, ainda teve uma inflação também nos serviços”.
O reitor acredita que a redução será prejudicial, sobretudo no momento em que a universidade se prepara para retomar as atividades presenciais. Isso porque o orçamento destinado aos gastos com serviços de manutenção da universidade foi bastante afetado.
É essa área que é responsável, por exemplo, pela limpeza e higienização, indispensável em tempos de pandemia, além de outros serviços que são implicados pelo retorno da presencialidade.
“Na rubrica, é destinada a manter os serviços como segurança, as reformas dos prédios que precisamos fazer. Esses recursos cairam subistancialmente em relação aos anos de 2020 e de 2019”, complementou.
A maior dificuldade, de acordo com o reitor, é o recurso de investimento, que é destinado à compra de equipamentos e para obras.
“Já chegou a ser de R$50 milhões. Esse ano, o valor líquido que a gente tem é da ordem de R$3,5 milhões. Ou seja, absolutamente insuficiente para a gente manter a qualidade da infraestrutura que a universidade construiu nos últimos anos”, revelou.
Tonholo também lembrou que, além dos estudantes, existe uma comunidade de cerca de 45 mil pessoas, entre técnicos, docentes, terceirizados e transeuntes, que também fazem parte da universidade.
Além disso, a universidade tem unidades em seis municípios: Maceió, Rio Largo, Viçosa, Arapiraca, Palmeira dos Índios, Penedo, Delmiro Golveia e Santana do Ipanema. Assim, ele destaca que o curso operacional é muito alto.
As aulas da graduação estão previstas para serem retomadas entre o mês de março e abril.
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