Normatizar a eleição, porém, com o impacto político negativo para o grupo de governo. É um dos consensos em torno da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de mandar que o processo da eleição indireta para o governo comece todo de novo.
A cientista política Luciana Santana destaca este último aspecto ao lembrar que esse recomeço vai tirar tempo de gestão para o virtual eleito: o deputado estadual Paulo Dantas (MDB).
Candidato com o apoio do grupo do governo, Dantas é apontado como virtual eleito.
O mandato-tampão, para completar o tempo da gestão do ex-governador Renan Filho (MDB) serviria, em especial, para que Dantas ganhasse mais exposição – pois é candidato nas eleições convencionais, de outubro, ao mesmo.
Com a decisão, essa posição do grupo de governo perde, no mínimo, um mês – que é o período legal previsto no edital para inscrição de candidaturas.
“Por um lado, temos que enfim, as regras foram estabelecidas, mas, o impacto político para o grupo ligado ao governo é incontestável”, resumiu a cientista, que também é professora.
Para o jurista Márcio Guedes, procurador de Estado, a decisão do STF reconheceu que as regras para as eleições diretas são as mesmas que deverão valer para as eleições indiretas.
“A decisão entende que os mesmos direitos no que concerne a prazo de desincompatibilização e filiação partidária das eleições convencionais servem para as eleições indiretas”, frisou.
Para o deputado estadual Ronaldo Medeiros (PT), a medida atendeu à estratégia do grupo de oposição:
“O pessoal do outro lado é acostumado a ganhar no golpe e no tapetão”, criticou o parlamentar.
“Eles estão apenas seguindo o mestre deles, que é o Bolsonaro, que é contra a democracia ou fica aí questionando as eleições”, acrescentou, estendendo a crítica ao presidente – ao qual diz estar ligado o grupo da oposição.
“Pelo menos colocou um fim na celeuma, por causa do edital que tinha sido publicado – ou imposto”, contrapôs o também deputado estadual Cabo Bebeto (PL), alegando ponto contrário acerca do edital anterior.