A ex-secretária municipal de Relações Institucionais de Rio Largo, Gabi Gonçalves (PP), confirmou a intenção de concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa, defendeu a postura do deputado Arthur Lira (PP), discordou do termo “orçamento secreto” e justificou a presença de duas pessoas da família do prefeito Gilberto Gonçalves (PP) em posições de alto escalão da Prefeitura: além dela, filha o prefeito, sua mãe (Cristina), que, além de primeira-dama, é a vice-prefeita.
“Eu digo que, pela primeira vez, Rio Largo teve uma família cuidando das famílias riolarguenses”, declarou ela, em entrevista ao programa “Com a Palavra”, do ACTA.
“Nós pegamos a nossa vida e dedicamos ao povo”, disse a ex-secretária, que se desincompatibilizou do cargo para se candidatar a deputada estadual.
“Hoje, as pessoas, em Rio Largo, têm acesso aos gestores, onde, antes havia a cultura de os gestores sequer morarem na cidade. Eu nasci, cresci e vivo em Rio Largo”, disse.
“E estou percorrendo o Estado, para saber, exatamente, o calo aperta para cada um”, acrescentou, citando a pré-campanha.
Questionada sobre a proximidade com o presidente da Mesa da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP), principal liderança de seu partido em Alagoas, negou que isso possa lhe atrapalhar e acrescentou que estará no mesmo palanque.
“Faço parte do Progressistas com muito orgulho e digo que é uma honra que sonha com a gente”, disse.
“Há anos, Rio Largo precisava de alguém que se sensibilizasse com a dor do outro e Arthur [Lira] começou essa história lá atrás, com nosso eterno senador Biu de Lira [Benedito de Lira, parte de Arthur e atualmente prefeito de Barra de São Miguel] e eu aprendi a ter esse carinho e essa gratidão por eles”, declarou a pré-candidata.
O presidente da Mesa diretora da Câmara é alvo de críticas por diversos motivos, a começar pela paralisação dos processos que pediam o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Também foi criticado pelas negociatas encabeçadas pelo Centrão, grupo do qual é a liderança mais destacadas, como denúncias de irregularidade e, em especial, o escândalo do chamado orçamento secreto – termo do qual a ex-secretária de Rio Largo discorda.
“Por que é secreto se o serviço chega ao povo? Por que é secreto se o serviço está sendo prestado?”, disse ela, contestado o termo.
A expressão passou a ser usada para designar o repasse de emendas parlamentares para aliados do governo – e integrantes do Centrão – que totalizavam cerca de R$ 3 bilhões.
O termo vinha da falta de transparência quanto aos valores e nomes dos deputados beneficiados, bem como o destino do dinheiro, nos redutos eleitorais.
“Quando a mídia rotula, precisa ir na ponto, ver que o custeio está chegando à saúde para pagar a folha em dia, os equipamentos e implementos agrícolas que também são colocados nos municípios”, declarou.
“Não tenho o menor receio de dizer que o nome de Arthur [Lira] é trabalho”.