A Justiça de Alagoas revogo, nesta segunda-feira (21), a prisão preventiva do bancário Sérgio Praxades dos Santos Filho, acusado de matar duas pessoas atropeladas no dia 26 de julho deste ano, na Avenida Fernandes Lima, em Maceió, além de ter ferido gravemente uma terceira vítima. A justiça também pronunciou o réu a júri popular por duplo homicídio simples com dolo eventual e lesão corporal grave.
Dentre as medidas cautelares determinadas na decisão, Sérgio teve seu direito de dirigir suspenso enquanto perdurar o processo, além de não poder portar arma de qualquer espécie, bem como frequentar bares, boates e similares. O réu também deverá comunicar previamente à Justiça antes de mudar seu endereço ou viajar, bem como está proibido de se ausentar do país sem autorização judicial e estar em sua residência das 22 horas às 6 horas da manhã, salvo necessidade de trabalho.
Sérgio estava preso no Baldomero Cavalcanti desde o dia do acidente. No pedido de revogação, a defesa alegou a primariedade do réu, além de alegar que ele possui residência fixa e emprego e que está prestando apoio às famílias das vítimas.
Antes, a juíza Luana Cavalcante de Freitas já havia negado outros pedidos de liberdade do acusado.
Dessa vez, Freitas considerou que os fatos apresentados pela defesa atrelados a “outros requisitos objetivos da lei possibilitam a revogação de sua prisão”. Ela justificou que, para que a prisão fosse mantida, deveria ter como fundamento a garantia da ordem pública, da ordem econômica, da conveniência da instrução criminal ou a garantia da aplicação da lei penal, “motivos estes que não mais subsistem, ao menos neste momento processual”.
Relembre o caso
Quitéria, seu esposo, José Cícero da Silva Santos, e o segurança Pedro Alves de Souza Júnior estavam em duas motocicletas quando foram atropelados pelo bancário Sérgio Praxedes, que invadiu a contramão de uma das principais avenidas da cidade no início da manhã. Os dois homens morreram e Quitéria foi a única sobrevivente.
Em audiência de instrução, a sobrevivente afirmou que só se recordou do acidente quando já estava hospitalizada.
“No dia do acidente eu estava indo para o trabalho com o meu esposo de moto quando um carro veio em toda velocidade, bateu na gente e eu voei por cima do carro. Daí eu não vi mais nada. Eu fui acordar só no HGE. Tive a perda do meu esposo, que não é fácil. O que espero é que ele pague pelo que ele fez. Pague pelo que ele fez, porque foram duas vidas que ele tirou. Quase três vidas”, disse Quitéria.