06/03/2025 às 18h07 - atualizada em 07/03/2025 às 08h19
Acta
MACEIO / AL
Empresários do setor supermercadista entregaram, ao governo, nesta quinta-feira, um estudo mostrando que a PEC da redução da jornada de trabalho irá aumentar a inflação.
O estudo intitulado “redução da jornada de trabalho por via legal: análise de impactos na economia e efeitos sobre os supermercados” foi feito pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), cujo presidente, João Galassi, participa da reunião desta tarde, entre ministros do governo Lula e empresários para debater medidas para reduzir a inflação de alimentos.
O PT apoia a PEC, mas o governo ainda avalia se vai encampar politicamente a proposta.
Com 86 páginas, o estudo é assinado por alguns dos principais economistas especializados no mundo do trabalho, como José Pastore e Paulo Rabello.
Em um dos trechos, eles calculam que a interpretação literal, da PEC da redução da jornada, aponta para uma carga de 32 horas semanais e, nesse cenário, haveria um encarecimento do fator trabalho, que poderia chegar a 37,5%, considerando a redução da horas trabalhadas sem a diminuição proporcional do salário.
“Um aumento da folha salarial tão elevado e sem contrapartida de ganhos de produtividade afetará profundamente a vida econômica de muitas empresas, o que pode determinar, até mesmo, a sua insolvência, falência e correspondente dispensa de pessoal. Nos poucos casos em que a nova equação se torne viável, há que se esperar uma transferência do aumento de custo do trabalho para os preços de bens e serviços com a aceleração da inflação”, diz o estudo.
Em outro momento, ressalta que “empresas que não conseguem absorver o aumento dos custos – estas serão a maioria – tratarão de repassá-los ao consumidor final, especialmente em setores como varejo e serviços”.
“Esse repasse pressionará, inevitavelmente, a inflação, reduzindo o poder de compra da população e gerando efeitos redistributivos regressivos”, reforça o texto.
Eles mencionam ainda aumento de custos com a rotatividade de mão-de-obra, como processos de seleção, admissão, treinamento e desligamento dos empregados.
“Trata-se de dispêndios referentes aos custosos e seriam dispêndios inevitáveis para as empresas, que desejassem manter os atuais níveis de qualidade de atendimento dos seus clientes. Todavia, pelo volume de recursos estimados, tais dispêndios são inviáveis. Mesmo que, hipoteticamente, assumidos, eles forçariam um repasse do total de acréscimo de custo aos consumidores pela via dos preços – o que geraria uma inflação intolerável”, destaca.
FONTE: CNN Brasil
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