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09/10/2024 às 15h25 - atualizada em 10/10/2024 às 08h12

Acta

MACEIO / AL

Imprensa internacional fala em 'derrota' para Musk após X cumprir ordens e ser liberado
Jornais como o New York Times, Washington Post e El País disseram que o episódio representou uma derrota para Elon Musk. Anatel já notificou operadoras para que liberem acesso ao X.
Imprensa internacional fala em 'derrota' para Musk após X cumprir ordens e ser liberado
Imprensa internacional diz que Musk perdeu a quebra de braço com a Justiça brasileira. FOTO: reprodução

A ordem de desbloqueio do X no Brasil, dada na terça-feira (8) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), repercutiu na imprensa internacional.


Jornais como os norte-americanos The New York Times e Washington Post e o espanhol El País registraram a decisão e classificaram o episódio de bloqueio da plataforma, que durou 39 dias, como uma “derrota” para Elon Musk, proprietário do antigo Twitter.


A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou nesta quarta-feira (9) que começou a notificar as operadoras para que elas liberem o acesso ao X. No começo da noite de terça, alguns usuários relataram que voltaram a ter acesso à rede social.


Veja a repercussão:


'The New York Times', Estados Unidos


O jornal escreveu que o X retornou ao Brasil após seu dono, Elon Musk, “se render em sua briga com a Suprema Corte do país”.


A publicação destaca que o STF ressaltou que o X concordou com as ordens do tribunal envolvendo o bloqueio de perfis, pagamento de multas e a indicação de um representante no país.


“A conformidade do X foi uma grande reversão para o Sr. Musk, que criticou e desafiou o tribunal de forma ruidosa por meses, chegando ao ponto de publicar decisões sigilosas [do STF] e fechar o escritório do X no Brasil. O tribunal respondeu bloqueando o X em todo o Brasil em agosto, enviando milhões de brasileiros para os concorrentes da plataforma”, diz o jornal.


De acordo com o NYT, a “aparente resolução para a batalha de meses representou uma derrota para o Sr. Musk, que se autodenominou um defensor declarado da liberdade de expressão”.


“Sua empresa perdeu um mês de negócios em um de seus maiores mercados, permitindo que os rivais ganhassem espaço, apenas para terminar exatamente onde começou.”


O jornal também ressalta que, “apesar da perda legal e comercial”, Musk e seus apoiadores podem enxergar o episódio como uma “vitória de relações públicas”.


“Enfrentar a Suprema Corte do Brasil — que agiu de forma agressiva para censurar certas vozes nas mídias sociais — atraiu elogios generalizados ao bilionário de pessoas preocupadas com governos restringindo o que pode ser dito online. Isso ocorreu apesar de sua conformidade com ordens governamentais em outros lugares para remover contas e postagens.”


O New York Times ainda afirma que a disputa representou uma vitória para o STF e “sugere que os estados-nação ainda estão em vantagem na disputa de poder em andamento com as grandes empresas de tecnologia”.


'The Washington Post', Estados Unidos


Para o Washington Post, a ordem de suspensão de Moraes, em agosto, foi “uma derrota política” para Elon Musk.


Segundo o jornal, o bilionário, “que busca o manto de ser o defensor global da liberdade de expressão” desde que comprou o X, “pagou para ver” em sua aposta com o Judiciário brasileiro. “E perdeu”, diz a publicação.


“Em poucas semanas, ficou claro que o X — que já estava perdendo usuários brasileiros para seus concorrentes — precisava muito mais do Brasil do que o Brasil precisa do X. A plataforma anunciou que cederia às exigências do tribunal.”


'El País', Espanha


O espanhol El País destacou que Elon Musk “desafiou o Brasil e suas autoridades, e perdeu”. O jornal também citou a decisão de Moraes e disse que o ministro do Supremo é “o juiz mais amado e odiado” do Brasil.


Em uma análise publicada numa seção chamada “Tendências”, o jornalista Luis Enrique Velasco elenca o episódio do X no Brasil como um dos fatores que indicam que as plataformas digitais podem estar a caminho da regulação no mundo.


No texto, Velasco cita o bloqueio do X, a prisão do fundador do Telegram, Pavel Durov, na França, e a mudança de política de privacidade do Instagram envolvendo menores de idade.


“Não é uma coincidência, apontam os especialistas. A pressão dos governos começa a quebrar a ordem que manteve as grandes plataformas praticamente intocáveis desde suas fundações”, diz o autor.


O jornalista destaca que Musk, inicialmente, “recusou-se a ceder terreno, mas a pressão — e o fato de o Brasil ser um dos mercados mais importantes da rede — rendeu frutos, e a plataforma começou a ceder aos pedidos da Justiça”.


Mídia especializada


A liberação do X também recebeu destaque em sites especializados de tecnologia, como o Wired, o The Verge e o TechCrunch. "Depois de semanas sem obedecer [às decisões], parece que Elon Musk cedeu", disse o Wired.

FONTE: g1

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