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04/10/2024 às 16h43 - atualizada em 05/10/2024 às 10h11

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MACEIO / AL

Israel não vai durar muito tempo, diz líder supremo do Irã
Aiatolá Ali Khamenei, autoridade máxima do país, defendeu ataque do Irã a Tel Aviv e pediu que todos os muçulmanos lutem contra Israel. Em gesto raro, ele comandou orações semanais nesta sexta-feira (5) em Teerã.
Israel não vai durar muito tempo, diz líder supremo do Irã
Aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, comanda orações de sexta-feira em um gesto raro, em memória do líder do Hezbollah morto no Líbano, Hassan Nasrallah. FOTO: Foto: Gabinete do Líder Supremo do Irã/WANA (West Asia News Agency)/Handout via Reuters

O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, disse nesta sexta-feira (5) que Israel "não durará muito" e convocou "todos os muçulmanos" a lutar contra o país.


Khamenei falou pela primeira vez desde a escalada de tensões entre Israel e Irã. Ele defendeu o ataque com mísseis do Irã ao território israelense nesta semana e a invasão do Hamas ao sul de Israel há um ano, quando os terroristas mataram 1.200 pessoas, dando início à guerra em Gaza.


O líder supremo classificou os dois ataques de "atos legítimos" e disse que "a nação palestina tem o direito de se defender". Também chamou Hassan Nasrallah, o líder do Hezbollah morto por Israel em um ataque ao Líbano no fim de semana, de "irmão".


"A resistência da região não vai recuar, mesmo com a morte de nossos líderes", declarou.


Khamenei discursou durante as orações semanais do islã em Teerã. Pela primeira vez em cinco anos, ele comandou a cerimônia, em homenagem Nasrallah — a última havia sido em 2020, por conta da morte do general iraniano Qassem Soleimani, ex-comandante da tropa de elite da Guarda Revolucionária do Irã. Soleimani morreu em um ataque com drone dos Estados Unidos.


Apesar de não ser o chefe de governo do Irã — cargo exercido pelo presidente —, Khamenei é a autoridade máxima do país. Além de chefiar as Forças Armadas, ele decide sobre questões de guerra e paz, da política externa e é uma espécie de guia espiritual.


Líder há mais tempo no poder no Oriente Médio, ele é um dos principais atores políticos da região, e, portanto, sua posição sobre o atual conflito com Israel era bastante esperada.


Escalada de conflitos no Oriente Médio


Irã e Israel, as principais potências do Oriente Médio, passaram a se enfrentar de forma direta nesta semana, depois da escalada dos conflitos na região nos últimos dias.


Os dois países vinham se enfrentando de forma indireta: há duas semanas, Israel mudou o foco de sua guerra em Gaza para o norte do país, na fronteira com o Líbano, para enfrentar o Hezbollah. O grupo extremista, assim como o Hamas, é financiado pelo Irã com o objetivo de lutar contra Israel.


Após bombardear a capital libanesa, Beirute, e de matar o líder do Hezbollah, as forças israelenses invadiram nesta semana o sul do Líbano para uma incursão por terra que resultou no primeiro combate direto entre soldados israelenses e do Hezbollah.


As ações geraram uma resposta do Irã, que na terça-feira (1º) lançou 180 mísseis sobre o território israelense.


O Líbano também acabou entrando diretamente no confilto. Na quinta-feira (3), as Forças Armadas do Líbano reagiram pela primeira vez à ofensiva israelense em seu território e dispararam contra soldados israelenses, em resposta ao ataque a um posto militar, segundo Beirute.


Desestruturado e enfraquecido após duas guerras e em meio a uma das maiores crises econômicas internas no mundo atualmente, o Exército do Líbano sofre com falta de equipamentos, fundos e contingentes. Por isso, tem poucas condições de enfrentar o Exército israelense, na avaliação de especialistas.


Já o Hezbollah, financiado pelo Irã, tem um arsenal maior que o do Exército libanês.


Enquanto isso, os bombardeios de Israel seguem e os bombardeios de Israel ao Líbano já deixaram 1.974 pessoas mortas, afirmou nesta quinta-feira (3) o Ministério da Saúde libanês. Desse total, 127 eram crianças, ainda de acordo com o ministério.


O número ultrapassou o balanço total de mortos na guerra do Líbano em 2006 — quando Israel também invadiu o país vizinho para lutar contra o Hezbollah. Em pouco mais de um mês, o conflito teve um total de 1.191 mortos, entre civis, soldados e membros do Hezbollah.


Entenda o conflito


Nos dias 17 e 18 de setembro, centenas de pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah explodiram em uma ação militar coordenada.


A imprensa norte-americana afirmou que os Estados Unidos foram avisados por Israel de que uma operação do tipo seria realizada. Entretanto, o governo israelense não assumiu a autoria.


Após as explosões, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que estava começando "uma nova fase na guerra".


Enquanto isso, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu que levará de volta para casa os moradores do norte do país, na região de fronteira, que precisaram deixar a área por causa dos bombardeios do Hezbollah.


Segundo o governo, esse retorno de moradores ao norte do país só seria possível por meio de uma ação militar.


Em 23 de setembro, Israel bombardeou diversas áreas do Líbano. O dia foi o mais sangrento desde a guerra de 2006.


Em 27 de setembro, Israel matou o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, por meio de um bombardeio em Beirute.


Em 30 de setembro, Israel lançou uma operação terrestre no Líbano "limitada e precisa" contra alvos do Hezbollah.


Em 1º de outubro, o Irã atacou Israel com mísseis como resposta à morte de Nasrallah e outros aliados do governo iraniano. Os mísseis iranianos, no entanto, foram interceptados pelo sistema de defesa israelense, o chamado Domo de Ferro.

FONTE: g1

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