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20/09/2024 às 17h06

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MACEIO / AL

Candidato de MG disputa 3 eleições com mandado de prisão em aberto
Nelson Guará (Cidadania) disputa o cargo de vereador em Varzelândia e responde a um processo sobre homicídio que ainda não foi julgado. A defesa nega, e disse que ele pode ser facilmente encontrado.
Candidato de MG disputa 3 eleições com mandado de prisão em aberto
Montagem mostra fotos de Nelson Guará em disputas eleitorais. FOTO: Reprodução

Há 27 anos, Nelson de Jesus Pereira é alvo de um mandado de prisão numa investigação, ainda não concluída, de um homicídio ocorrido em Guarulhos (SP).


Segundo a denúncia do Ministério Público de São Paulo, em 1996, Pereira matou a tiros um homem após uma discussão em um bar (leia mais abaixo). À Justiça, a defesa disse que não há provas, que Nelson tem endereço fixo e que a prisão é desnecessária.


Desde quando o crime foi cometido, Nelson concorreu duas vezes ao cargo de vereador em Varzelândia (MG) – 2016 e 2020 – sem que o mandado fosse cumprido.


Em 2024, Nelson é candidato novamente, pelo Cidadania. A Polícia Civil de Minas Gerais informou, nesta sexta-feira (20), que faz buscas com apoio da Polícia Federal, mas não conseguiu encontrá-lo.


O g1 tentou contato com Nelson por WhatsApp, mas ele não respondeu as mensagens enviadas. O advogado que o representou no processo de homicídio também não respondeu.


A coligação pela qual Nelson disputa a eleição em 2024 disse que foi surpreendida pela existência da ordem de prisão, e que todas as exigências eleitorais para o registro de candidaturas foram cumpridas.


A lei brasileira não impede que pessoas alvo de mandados de prisão disputem as eleições, desde que não tenham sido condenadas de forma definitiva ou por um colegiado de juízes. Nelson ainda não foi julgado pelo homicídio do qual é acusado. Portanto, não pode ser considerado culpado pelo crime.


Os candidatos, entretanto, podem ser presos se encontrados – exceto entre sábado (21) e 8 de outubro. Nesse período, a detenção de candidato só pode ocorrer em caso de flagrante.


Defesa alega que única prova é depoimento da esposa da vítima


Segundo a denúncia do Ministério Público de São Paulo, Nelson e a vítima discutiram e se agrediram em um bar Guarulhos em 21 de novembro de 1996.


Meia hora depois, ainda segundo o MP, Nelson foi até a casa da vítima e usou um revólver para matá-la.


A polícia fez buscas, mas não encontrou Nelson. Uma tia disse que ele havia fugido.


Em setembro de 1997, a Justiça determinou a prisão preventiva, e Nelson foi citado por edital, o que ocorre quando o réu não é encontrado. O processo chegou a ser suspenso, para que não perdesse a validade, mas o mandado seguiu vigente.


"Embora o processo fique suspenso até que o réu seja localizado ou compareça em juízo (pessoalmente ou por meio de advogado), o mandado da prisão preventiva continua ativo e deve ser cumprido assim que o réu for encontrado", diz Ingrid Ortega, advogada criminalista.


No processo, a defesa afirmou que a única prova contra Nelson é o depoimento da mulher da vítima, e que ele desconhecia o mandado de prisão. Prova disso, alega, é que ele "continuou com sua vida sem preocupações, inclusive se candidatando a vereador na comarca onde reside".


A defesa apresentou, ainda, o endereço da fazenda onde, segundo ela, Nelson poderia ser facilmente encontrado.

FONTE: g1

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