29/06/2024 às 09h26 - atualizada em 29/06/2024 às 09h37
Alberto Lima
Maceió / AL
Às vésperas do último fim de semana junino, muitos alagoanos e turistas já estão planejando o cardápio repleto de guloseimas juninas, para o tão esperado encontro com a família e amigos. Diante deste cenário, o cirurgião plástico Fernando Gomes, que atua no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, alerta para a necessidade de prevenir acidentes durante o cozimento dos alimentos à base de milho, evitando que a celebração não perca a sua principal característica: a alegria.
Segundo Fernando Gomes, a primeira medida a ser adotada é direcionar o cabo das panelas para a área do fogão. “Essa recomendação deve ser adotada todas as vezes em que alguém for usar o fogão para preparar um alimento. Mas, tão importante quanto, é manter as crianças distantes da cozinha e redobrar a atenção com todas as etapas da produção do alimento, principalmente quando envolve o uso do óleo, da água, do leite e do café quentes, além dos alimentos à base de milho, tradicionais neste período”, orienta o cirurgião plástico do CTQ do HGE.
Mas, caso inevitavelmente o acidente ocorra, o especialista recomenda colocar a região queimada em água fria corrente até a diminuição da dor. “Após este procedimento, é necessário buscar, imediatamente, o atendimento médico na unidade de emergência mais próxima, que pode ser o pronto atendimento municipal, a UPA [Unidade de Pronto Atendimento] ou, nos casos extremamente graves, uma unidade hospitalar”, explica Fernando Gomes.
Constatação
Recomendação que foi seguida por Gessiane dos Santos Oliveira, de 36 anos, que teve quase 10% do corpo queimado no fim de semana passado, durante os festejos alusivos ao Dia de São João. Além do festejo junino, a data também era motivo de comemoração pela passagem do aniversário de uma das filhas de Gessiane, a primogênita de 10 anos.
Entretanto, durante o cozimento de pastéis para serem servidos da festa junina, ela conta que se distraiu e, acidentalmente, provocou a queda da panela, carregada de óleo quente. Com isso, a mãe de família sofreu queimaduras de segundo grau que atingiram o seu pescoço, tórax, mãos e coxas. A proporção só não foi maior porque, no exato momento, a sua filha menor, de 5 anos, estava distante do fogão.
“Na hora que aconteceu o acidente, eu gritei muito, de dor e de raiva. Minha mãe ficou assustada, o meu esposo ficou nervoso. Fui levada para o banheiro, onde fiquei debaixo do chuveiro por um tempo. Doía muito, parecia que só piorava a dor. Depois, o meu marido me levou para a UPA do Benedito Bentes, bairro onde moramos, que, após me avaliarem, me transferiram para o HGE. Eu cheguei em pleno São João e, graças a Deus, estou recebendo o tratamento que preciso para logo voltar ao meu lar”, afirma Gessiane.
Com o acidente, não houve clima para festa e a atenção se voltou aos cuidados que a mãe da aniversariante precisava para restabelecer a sua saúde. Internada no CTQ do HGE, Gessiane recebe a atenção da equipe multidisciplinar, com o uso de medicações e curativos específicos para a cicatrização de suas lesões. Ainda não há previsão de alta médica, mas, apesar do susto, agora a família se sente aliviada por vê-la progredindo e com perspectiva de retorno para casa.
“Eu agradeço muito por ter encontrado um local como esse, que conta com pessoas que sabem o que estão fazendo, que me transmitem confiança e dão tudo o que eu preciso nesse momento para ficar bem e retornar ao meu lar. Aqui eu tenho alimentação, medicações, curativos, informação, cuidado, atenção. Não é um lugar que eu quero ficar por muito tempo, porém vejo o quanto esse serviço é necessário e deve estar acessível a toda a população”, sentencia a paciente do HGE.
Dados
Lesões por líquido superaquecidos são frequentes no HGE. Somente de janeiro a maio deste ano, a maior unidade de Urgência e Emergência de Alagoas registrou 44 casos no Ambulatório do CTQ, sendo que 36 pacientes necessitaram de internação. No total, 93 pessoas foram assistidas por causa de queimaduras. A maioria dos casos envolveu crianças de 0 a 10 anos, do sexo feminino, e residentes em Maceió. “Contra esse mal, a melhor atitude é redobrar a atenção e os hábitos de prevenção”, conclui Fernando Gomes, cirurgião plástico do HGE.
FONTE: Por Agência Alagoas
Há 5 horas
Oposição a JHC ganha munição após Maceió ser avaliada como pior terceira capital para se viverHá 10 horas
PF indicia Bolsonaro e mais 11 em inquérito das joiasHá 11 horas
Veja as 10 cidades com melhor qualidade de vida no BrasilHá 11 horas
Resultado final do CNU será divulgado em 21 de novembroHá 11 horas
Mãe é presa em flagrante por maus-tratos a quatro crianças em Palmeira dos Índios