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24/09/2023 às 18h08 - atualizada em 25/09/2023 às 08h44

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Artigo: Celular na mão e o limite da privacidade
Texto assinado pelo jornalista Lininho Novais
Artigo: Celular na mão e o limite da privacidade
Jornalista Lininho Novais

Quem nunca viu aquela foto instantânea de um café aconchegante ou um pôr do sol espetacular no feed ou stores de suas redes sociais? Nossos celulares se tornaram as câmeras modernas que capturam os momentos efêmeros da vida cotidiana. Mas há algo nesse hábito que precisa ser explorado, especialmente em nossos tempos digitais - a questão da privacidade e do uso de imagens sem autorização em locais públicos.


As ruas movimentadas das cidades, as praças e os eventos sociais estão agora repletos de pessoas com seus dispositivos móveis prontos para registrar tudo. Parece que estamos todos em busca do próximo grande momento que merece ser compartilhado com o mundo. Mas quando fazemos isso, até onde vai nosso limite pela privacidade alheia?


Em locais públicos, o que é público se torna um conceito turvo. As pessoas parecem cientes de que podem ser vistas, fotografadas ou filmadas por estranhos a qualquer momento. Mas a pergunta que fica é: elas consentiram? Estamos sendo éticos quando capturamos a imagem de alguém sem permissão?


É aqui que a lei entra em cena. Em muitos lugares, leis relativas à captura e uso de imagens em locais públicos são claras: você pode fotografar ou filmar, desde que isso não viole a privacidade das pessoas retratadas. O limite para quem registra sem autorização deve ser conhecido e respeitado. Afinal, a privacidade é um direito fundamental, mesmo em espaços públicos (igrejas, praças, ruas, praias, shoppings, e etc).


Não se trata apenas de se é legal ou não tirar uma foto de alguém em um café lotado ou durante um evento de rua. Trata-se de respeitar o espaço e a dignidade das pessoas que estão ali, compartilhando aquele momento conosco.


Nossos celulares têm o poder de capturar e compartilhar instantaneamente, mas esse poder deve ser usado com responsabilidade. Quando vemos alguém em apuros, muitas vezes preferimos registrar o incidente em vez de oferecer ajuda. Quando testemunhamos um momento de vulnerabilidade, muitas vezes preferimos explorar essa fragilidade em busca de likes e comentários em vez de mostrar compaixão.


As redes sociais têm uma grande parcela de responsabilidade nesse dilema. Uma foto compartilhada pode se espalhar como fogo em questão de minutos, afetando a vida das pessoas retratadas. Devemos considerar como nossas ações nas redes sociais podem impactar a privacidade e a dignidade dos ououtros.


Em um mundo onde todos carregam um celular na mão, estamos constantemente equilibrando o desejo de capturar e compartilhar momentos com o respeito pela privacidade e pelos direitos das outras pessoas. À medida que avançamos nesta era digital, precisamos continuar a discutir e refletir sobre essas questões para encontrar um equilíbrio adequado entre a tecnologia e a humanidade.


No final das contas, nossos celulares não são apenas câmeras. Eles são espelhos que refletem como usamos a tecnologia para nos conectar e também para desconectar uns dos outros. Enquanto olhamos para o mundo através de suas lentes, lembremo-nos de que também estamos sendo observados, e que nossa consideração pela privacidade alheia é tão importante quanto a captura daquele momento perfeito. Respeitar os limites estabelecidos pela lei é um passo fundamental para manter esse equilíbrio.

FONTE: Texto do jornalista Lininho Novais

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