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Política

04/10/2022 às 16h28

Derek Gustavo

Maceió / AL

PF abre investigação contra o influencer alagoano por crime eleitoral
O também PM e empresário filmou o voto no domingo (2). Ato é considerado crime.
PF abre investigação contra o influencer alagoano por crime eleitoral
Kel Ferretti publicou vídeo nas redes sociais negando que tenha cometido crime. FOTO: reprodução

A Polícia Federal abriu investigação contra o policial militar, empresário e Influencer Kleverton Pinheiro de Oliveira, o Kel Ferretti, para apurar a denúncia de que ele gravou e divulgou vídeo do momento do voto no domingo (2), 1º turno das eleições. O ato é considerado crime eleitoral.


O vídeo foi divulgado pelo portal CadaMinuto. Segundo a reportagem, Ferreti enviou o vídeo em um grupo de Whatsapp.


Nas imagens ele aparece votando em Fernando Collor (PTB), candidato derrotado na disputa pelo Governo de Alagoas; e em Jair Bolsonaro (PL), que concorre à presidência contra Lula (PT).


Após a repercussão, o influencer publicou um vídeo em suas redes sociais, dizendo que não cometeu crime algum. Ele, no entanto, não confirma nem nega que tenha gravado e distribuído o vídeo.


"Meu voto aqui nunca foi secreto, sempre falei em quem ia votar. Depois da votação, recebi várias mensagens de pessoas preocupadas comigo, dizendo que eu tinha sido apresentado na Polícia Federal. Mentira! Não houve crime nenhum, não tem nenhum processo contra mim", disse.


No domingo, logo após a informação ter se tornado pública, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AL) informou que havia acionado a polícia para localizar Ferreti. Pouco depois, outra informação dava conta de que ele havia sido ouvido na sede da PF, em Jaraguá.


Em um primeiro momento, a corporação negou a informação a respeito da oitiva. Dois dias depois, no entanto, comunicou a abertura do inquérito contra o empresário.


O uso de celulares ou outros aparelhos eletrônicos na hora do voto é proibido há anos. Nesta eleição, por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os eleitores deveriam deixar celular e aparelhos eletrônicos em um móvel, antes de entrar na cabine de votação.


A medida, segundo o TSE, mantém a segurança e o segredo do voto. O desrespeito à proibição configura crime eleitoral.


MP Eleitoral entra em cena


Nesta terça (4), o Ministério Público Eleitoral, por meio da promotoria eleitoral da 1ª Zona Eleitoral (Maceió) ofereceu ao empresário uma transação penal. Isso é um acordo em que o acusado aceita cumprir pena antecipada de multa ou restrição de direitos, para o arquivamento do processo.


“As circunstâncias narradas mostram o desprezo do agente Kleverton Pinheiro de Oliveira, vulgo Kel Ferreti, não apenas pelas ordens e orientações da Justiça Eleitoral, mas por todo o sistema de justiça, de cuja atuação desdenhou não apenas com sua desobediência na data do pleito, mas, especialmente, através de sua publicação na data seguinte no seu perfil do instagram”, afirma a promotora eleitoral Fernanda Moreira na peça.


O MP Eleitoral pede à Justiça Eleitoral que Ferretti seja intimado a comparecer à audiência preliminar, para que diga se aceita ou não o acordo.


Caso ele não aceite ou não vá à audiêncua, o MP Eleitoral pede a conversão da proposta em denúncia, o que, se aceita, daria início a uma ação penal.


A Promotoria cita os seguintes crimes eleitorais, que teriam sido cometidos pelo influencer:


Artigo 91, que que proíbe “portar aparelho de telefonia celular (…), dentro da cabina de votação”; artigo 347 do Código Eleitoral, que prevê o crime de recusar “cumprimento ou obediência a diligências, ordens ou instruções da Justiça Eleitoral (…)”;


Artigo 39, onde diz que “constituem crimes, no dia da eleição, puníveis com detenção, de seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de cinco mil a quinze mil UFIR: (...) III – a divulgação de qualquer espécie de propaganda de partidos políticos ou de seus candidatos”.


Assista ao vídeo:


FONTE: com informações do g1 Alagoas

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