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EXCLUSIVO: lixão irregular é uma ameaça para os moradores de Olivença, no sertão de Alagoas

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Um verdadeiro risco à saúde e ao meio ambiente. Longe dos olhos das autoridades, a pequena cidade de Olivença, no sertão de Alagoas, convive com uma imagem que causa pavor e, ao mesmo tempo, um grande retrocesso.

Uma denúncia levou a nossa equipe de reportagem do ACTA até a zona rural de Olivença, onde constatamos o funcionamento de um lixão irregular. O consórcio público que administra o local afirma que a área é considerada um aterro sanitário. Você pode assistir a reportagem especial ao final desta matéria.

Toneladas de lixo são despejadas, atraindo urubus e outros animais, o que faz aumentar os riscos de contaminação para as famílias que vivem próximas ao local. O lixão não segue as normas ambientais e nem os padrões estabelecidos por lei.  

Morador da região há apenas seis meses, Renato dos Santos ficou sabendo rapidamente da fama negativa do local. “Sempre o povo está falando assim, né? Quem mora aqui é porque mora perto do lixão”.  

A família do aposentado Valdemar Vitorino sofreu bastante com o mau cheiro do lixão e teve que deixar a casa onde viviam na zona rural, sob o risco de contrair doenças. “Minha nora, a Simone tinha uma casa perto do lixão. Ela não suportou o mau cheiro e optou por sair da Zona Rural e foi para a cidade. O marido dela, o Tita falou assim: vamos sair daqui. E saiu. Aí uma outra pessoa disse: Dona, sai daí que a senhora vai morrer aí tu não aguenta mesmo não, isso aí (referindo-se ao mau cheiro)”.  

A área do lixão irregular de Olivença fica em frente à sede do Consórcio Integrado de Gestão de Resíduos Sólidos (CIGRES). O consórcio é formado por municípios do médio sertão e da bacia leiteira de Alagoas, presidido pelo prefeito de Olivença, Josimar Dionísio.  

O Instituto do Meio Ambiente (IMA) confirmou que o lixão é irregular. O órgão informou que existe um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) há dois anos para a desativação do lixão. Ainda de acordo com o IMA, o termo recebeu um aditivo que estabelece um cronograma até o próximo ano para a recuperação de toda a área na zona rural do município.  

O portal ACTA foi até a sede da Prefeitura de Olivença para saber os motivos da existência do lixão irregular no município. Procuramos o prefeito Josimar Dionisio, mas ele não estava na Prefeitura e não atendeu o contato da nossa equipe.  

O Ministério Público Estadual informou que vai apurar o caso após a denúncia da nossa reportagem. Um professor e especialista na área ambiental explica as diferenças entre um lixão irregular para um aterro sanitário.  

O professor Eduardo Lucena, do Centro de Tecnologia da UFAL, explica a diferença de um lixão para aterro sanitário.

“A diferença do lixão para o aterro sanitário, que é o local adequado para você dispor, é que no lixão você não tem uma impermeabilização do solo e você não tem a cobertura e coleta do líquido que é gerado pela decomposição do lixo. E não tem a drenagem dos gases. Então, com isso, o lixo vai impactar, vai gerar impactos no solo, no meio físico. Ele também, através do líquido de degradação, pode causar impacto nas águas subterrâneas, nas águas superficiais. E, consequentemente, também vai impactar o ar, gerando odores e gases potenciais para contribuir para o efeito estufa, como, por exemplo, o metano, que esse gás pode ser, inclusive, utilizado, se captado, pode ser utilizado como fonte de energia. Nos aterros sanitários é comum fazer a queima, porque queimando o gás metano você vai liberar o CO2, o dióxido de carbono, que é cerca de 20 vezes menos poluidor, ou seja, que vai contribuir menos para o efeito estufa com relação ao gás metano. Ele ainda reforça que o funcionamento de um lixão irregular traz sérios riscos ao meio ambiente. O primeiro meio é o meio físico, que é composto pelo ar, pela água e pelo solo. O meio biótico, que é fauna e flora. E o meio socioeconômico, a sociedade, a economia. Então, se tratando de lixão, que é uma forma inadequada, irregular de disposição final de resíduos sólidos do lixo, ele impacta esses três meios”.

O funcionamento do lixão irregular em Olivença traz prejuízos ao estado de Alagoas, que pode perder o título conquistado em 2018, sendo o único estado do Nordeste e o terceiro do Brasil a erradicar 100% dos lixões nos municípios. Reviver esse passado sombrio é algo que nenhum alagoano quer que aconteça. 

CONFIRA A REPORTAGEM ESPECIAL:

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