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Corpo de piloto australiano morto em queda de avião com 200 kg de cocaína em Alagoas é liberado para repatriação

Timothy James Clark, de 46 anos, teve a identidade confirmada por exame genético; investigações apontam elo com o cartel irlandês Kinahan e fortuna obtida com o tráfico internacional.

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O corpo do piloto australiano Timothy James Clark, de 46 anos, morto em um acidente aéreo em Coruripe, no Litoral Sul de Alagoas, no dia 14 de setembro, foi liberado para ser levado de volta à Austrália. A decisão judicial, tomada no último sábado (25), foi divulgada apenas nesta terça-feira (28) pela Polícia Científica de Alagoas.

Segundo o órgão, a confirmação da identidade de Clark ocorreu na sexta-feira (24), por meio de exame genético. O processo envolveu a Polícia Federal, representantes do governo australiano e familiares do piloto. Após a conclusão dos trâmites legais, a família nomeou um representante no Brasil para coordenar o translado. Ainda não há confirmação sobre a chegada do corpo à Austrália.

Piloto morreu em aeronave com quase 200 kg de cocaína

Clark pilotava um avião que caiu em uma área de vegetação em Coruripe. Dentro e ao redor da aeronave, as autoridades encontraram aproximadamente 200 kg de cocaína, além de alimentos importados e equipamentos improvisados para reabastecimento em voo, o que indica que a aeronave estava preparada para longas viagens sem escalas.

O australiano era diretor e secretário de empresas de investimento que operavam na Austrália e na África, e, segundo investigações internacionais, estava envolvido no tráfico internacional de drogas.

Lucros milionários e ligações internacionais

De acordo com o jornal australiano The Age, o voo que terminou em tragédia não foi a primeira operação de Clark na América do Sul. Uma fonte do periódico revelou que ele participou de uma missão de tráfico na Austrália em 2023.

Autoridades da África do Sul apontam que o piloto pode ter realizado até 30 viagens transatlânticas, acumulando lucros que superariam US$ 22 milhões, o equivalente a quase R$ 120 milhões.

Vínculos com o cartel irlandês Kinahan

As investigações apontam que Clark mantinha laços com integrantes do cartel irlandês Kinahan, considerado um dos grupos criminosos mais poderosos do mundo, com atuação na Irlanda, Inglaterra, Espanha e Emirados Árabes Unidos.

O piloto era sócio do empresário alemão Oliver Andreas Herrmann, acusado de tráfico internacional pela Polícia Federal australiana. Em uma operação, Herrmann foi flagrado com 200 kg de cocaína embalados em malas, além de óculos de visão noturna, equipamentos de aviação e uma carteira de criptomoedas.

Pontos que ligam Clark a Herrmann e ao cartel:

Herrmann mantinha “laços financeiros estreitos” com Christy Kinahan, fundador do cartel.

Clark e Herrmann eram amigos em redes sociais e foram vistos juntos em Harare, no Zimbábue, em 2018.

Clark era um dos oito seguidores de Adam Wood, um associado direto de Kinahan, na rede social X (antigo Twitter).

Presença digital e pseudônimo

Clark também mantinha perfis ativos no Google Maps e no Tripadvisor, onde usava o pseudônimo “John Smith”. Em algumas postagens, porém, aparecia com seu nome verdadeiro, revelando sua identidade. Ele deixava avaliações e fotos de locais visitados na África, incluindo o Amanzi Lodge e o Thetford Estate, no Zimbábue — locais que também foram frequentados posteriormente por Christy Kinahan.

Acidente e investigação

O avião caiu por volta das 13h30 do dia 14 de setembro, em uma área de mata em Coruripe. Clark não resistiu aos ferimentos e morreu no local. A aeronave transportava cocaína e equipamentos de voo adaptados, o que indica possível tráfico de drogas em rota internacional.

A Polícia Federal e a Polícia Científica de Alagoas continuam cooperando com autoridades australianas para esclarecer as conexões criminais e a origem da droga.

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