Caso João de Assis: Justiça condena irmãos e absolve mãe por falta de provas em morte de auditor fiscal

Auditor da Sefaz-AL foi brutalmente assassinado após inspeção em depósito de bebidas em Maceió

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Foto: Anderson Macena/MPAL

A Justiça de Alagoas condenou os três irmãos acusados de envolvimento na morte do auditor fiscal João de Assis por crimes contra a ordem tributária e associação criminosa. O julgamento foi concluído na terça-feira (21).

De acordo com a decisão, Ronaldo Gomes de Araújo, João Marcos Gomes de Araújo e Ricardo Gomes de Araújo foram considerados culpados por associação criminosa e ocultação de bens, direitos ou valores provenientes de infração penal.

Entre os condenados, Ronaldo Gomes de Araújo teve a pena referente aos crimes tributários atenuada por ter confessado espontaneamente. Já João Marcos e Ricardo foram absolvidos dos ilícitos fiscais por insuficiência de provas.

A mãe dos acusados, Maria Selma Gomes Meira, e João Correia de Araújo foram inocentados das acusações de crimes fiscais e de promoção ou financiamento de organização criminosa, também por falta de provas.

O caso

O crime ocorreu em 26 de agosto de 2022. O auditor fiscal João de Assis, servidor da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz-AL), foi encontrado morto e carbonizado após realizar uma inspeção em um depósito de bebidas de propriedade da família condenada.

O corpo da vítima foi localizado na região do Rio do Meio, próximo à Usina Cachoeira do Meirim, enquanto o veículo oficial da Sefaz foi achado em um canavial, às margens da rodovia AL-405.

Segundo os autos do processo, João de Assis, de mais de 60 anos, foi brutalmente assassinado, apresentando múltiplas lesões na cabeça. Ele teria sido espancado, asfixiado, apedrejado e esfaqueado.

As investigações apontaram que o auditor foi morto após identificar irregularidades fiscais no estabelecimento comercial da família Araújo. O funcionário do grupo, Vinícius Ricardo, também foi citado no processo como envolvido na execução.

O caso causou comoção em Alagoas pela violência e pelas circunstâncias envolvendo um servidor público em serviço. Desde 2022, o crime é acompanhado de perto por entidades ligadas ao fisco estadual e por servidores da Sefaz, que cobraram punição exemplar aos responsáveis.