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Morre aos 90 anos o médico e escritor Luiz Nogueira, referência na literatura e na pediatria alagoana

Natural de Pão de Açúcar, foi autor de livros e artigos e membro de instituições culturais de Alagoas

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Faleceu neste domingo (9), aos 90 anos, o escritor e médico pediatra Luiz Nogueira Barros, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGA) e imortal da Academia Alagoana de Letras (AAL). Ele estava internado há cerca de um mês na Santa Casa de Misericórdia de Maceió para tratamento de uma infecção urinária.

Reconhecido tanto no campo da literatura quanto na medicina, construiu uma trajetória de destaque na pediatria e nas letras.

Ele deixa a esposa Orlia Cavalcante e as filhas Ana Lúcia, Valkíria e Valéria Nogueira.

O velório acontece no Cemitério Campo Santo Parque das Flores, em Maceió, e o sepultamento está marcado para as 10h desta segunda-feira (10).

Sobre Luiz Nogueira

Nascido em Pão de Açúcar, no dia 2 de novembro de 1935, Luiz Nogueira viveu parte da infância em Santana do Ipanema, cenário que inspirou muitos de seus contos. Formou-se em Medicina pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) em 1963 e dedicou sua carreira ao serviço público, atuando no SESP e no antigo INAMPS. Paralelamente à medicina, construiu uma trajetória literária marcada por ensaios, peças teatrais e crônicas que abordavam temas históricos, políticos e filosóficos.

Entre suas obras publicadas estão “O que se passa com o rei?”, uma fábula sobre a guerra; “Do sertão ao litoral”, coletânea de contos e ensaios; “A solidão dos espaços políticos”, análise sobre as décadas de 1930 a 1950 em Alagoas; e “As bodas do Senhor Prudente”, peça teatral premiada pela Academia Alagoana de Letras. Também deixou inéditos como o romance “A saga dos Góis Monteiro” e o ensaio “Perfil cultural do Século XXI em face da globalização”.

Luiz Nogueira foi membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL), onde ocupou a função de Secretário Perpétuo a partir de 2001, e também integrou a Academia Alagoana de Letras. Seu sucessor na Cadeira nº 13 do IHGAL, João Aderbal Raposo de Moraes, prestou homenagem à sua trajetória, destacando o legado de um homem que “uniu o olhar clínico à escuta da história” e que “deixou-nos a lição de que escrever também é cuidar”.

Além de sua atuação intelectual, Luiz Nogueira teve participação política marcante. Foi militante do Partido Comunista Revolucionário (PCR) e, em 1973, foi preso e torturado pelo Exército durante o regime militar, após ser acusado de envolvimento político com o também militante Manoel Lisboa. Segundo o site História de Alagoas, Nogueira respondeu a processo após a prisão.

Seu nome também figura entre os integrantes da redação do jornal comunista “A Voz do Povo”, mantido pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB). A publicação, segundo o historiador Geraldo Majella, foi um dos veículos que resistiram à repressão política e formaram gerações de profissionais comprometidos com a transformação social.

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