A mulher detida neste domingo (3) após perseguir uma família dentro de um shopping na parte baixa de Maceió é médica formada pela Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) no ano de 1999
Aos 55 anos, a mulher foi autuada em flagrante por perseguição (stalking) após abordar repetidamente um casal com um bebê no colo dentro do shopping, no bairro de Cruz das Almas. Ela chegou a filmar a família sem autorização e a segui-los dentro do local, o que motivou a denúncia e a prisão em flagrante.
O caso
De acordo com o depoimento dos pais à Polícia Militar, a mulher começou a seguir a família pelas dependências do shopping e tentou interagir com a bebê de forma insistente, mesmo após os responsáveis pedirem que ela se afastasse. Testemunhas afirmam que, em dois momentos diferentes, a suspeita tentou pegar a criança nos braços dos pais, inclusive após seguir o casal até uma nova loja.
Assustados, os pais acionaram a segurança do centro comercial. A mulher foi contida pelos seguranças até a chegada da polícia, sendo então conduzida à Central de Flagrantes.
O delegado de plantão, Eliel Tavares, registrou o caso como crime de perseguição (stalking), previsto no artigo 147-A do Código Penal, e aplicou o agravante por envolvimento de uma criança.
O que é o crime de stalking
O crime de stalking foi introduzido no Código Penal em 2021, por meio da Lei 14.132/2021, e caracteriza-se pela perseguição reiterada a alguém, de modo a afetar sua integridade física ou psicológica, liberdade de locomoção ou privacidade.
Confira o que diz a lei:
Art. 147-A – Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade.
Pena: reclusão de 6 meses a 2 anos e multa.
§1º A pena é aumentada da metade se o crime for cometido contra criança, adolescente ou idoso.
No caso registrado em Maceió, a autuação foi agravada justamente por envolver uma vítima com menos de um ano de idade.
Suspeita alegou problemas mentais
Ainda segundo a SSP, a mulher apresentou comportamento confuso e contraditório durante o depoimento e afirmou sofrer de problemas mentais. Apesar disso, segue presa e só será liberada mediante pagamento de fiança, cujo valor não foi divulgado.
O caso segue em investigação e pode contar com avaliação psiquiátrica da suspeita, dependendo da evolução processual.