AJustiça revogou a prisão do gari Walquides Santos da Silva, de 26 anos, que foi baleado nas costas durante uma ação policial na Vila Emater, em Maceió. A decisão foi publicada nesta sexta-feira (28).
Silva estava internado algemado no Hospital Geral do Estado (HGE). Ele recebeu alta durante a tarde.
A decisão é do juiz Antônio Bittencourt Araújo, da 11ª Vara Criminal da Capital.
“Verifico que, no caso concreto, além das condições pessoais favoráveis do indiciado, as circunstâncias da sua prisão não justificam a manutenção da prisão preventiva decretada em seu desfavor por tempo prolongado, posto que restam dúvidas consistentes acerca da autoria delitiva [o crime imputado a Walquides pelos policiais envolvidos na ação]”, diz o magistrado em trecho da decisão.
O processo, no entanto, prossegue. O juiz determinou algumas medidas cautelares, como o comparecimento em juízo para informar atividades, proibição de se ausentar da cidade e frequentar bares no período noturno ou em dias de folgas e comunicar qualquer mudança de endereço.
A liberdade de Walquides deixou não só a família, mas toda a comunidade da Vila Emater feliz e aliviada. O irmão dele, jean Carlos, contou ao Acta o sentimento geral após a notícia da decisão favorável.
“A comunidade inteira está feliz, emocionada. A gente estava almejando esse dia. Estamos mais aliviados. Está nítido que meu irmão não é o que está sendo divulgado pela polícia. A justiça está sendo feita”, relatou Jean. O irmão dele será recebido na Vila Emater com festa.
Walquides foi baleado durante uma ação policial da Rotam contra o tráfico de drogas, no momento em que voltava do trabalho para casa. Familiares e amigos fizeram protestos para pedir a liberdade dele, alegando que o gari não tem envolvimento com crimes.
A reportagem do Acta entrou em contato com a assessoria da PM logo após a denúncia do ocorrido com Walquides, mas até a publicação dessa matéria não enviou resposta.
Nesta sexta, o Ministério Público confirmou que vai abrir investigação para apurar a denúncia de abuso policial, além de solicitar a abertura de uma sindicância interna pela Corregedoria da PM.