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Economia

18/01/2025 às 10h34 - atualizada em 18/01/2025 às 15h06

Acta

MACEIO / AL

Como reforma tributária afetará preços dos alimentos
Cesta básica será isenta e bebidas açucaradas pagarão mais imposto
Como reforma tributária afetará preços dos alimentos
Cesta básica será isenta e bebidas açucaradas pagarão mais imposto. Foto: Agência Brasil

Regulamentada na última quinta-feira (16) após 30 anos de discussões no Congresso, a reforma tributária sobre o consumo promoverá mudança no preço dos alimentos. Como determinado pela emenda constitucional de 2023, a lei complementar definiu os itens da cesta básica nacional que terão alíquota zero e os itens que terão alíquota reduzida em 60%. Por outro lado, bebidas prejudiciais à saúde serão sobretaxadas.


No caso da cesta básica nacional, a lei complementar inclui 22 produtos que não pagarão o futuro Imposto sobre Valor Agregado (IVA). A lista traz produtos essenciais para a alimentação dos brasileiros, com a inclusão de itens regionais, como o mate e o óleo de babaçu. Outros 14 alimentos terão alíquota reduzida em 60% em relação a alíquota-padrão.


Durante a tramitação no Congresso, esses pontos geraram polêmica, com o Senado retirando o óleo de milho da cesta básica e passando para a lista de alíquota reduzida. Em contrapartida, o Congresso acrescentou carnes, queijos, todos os tipos de farinha, aveia, sal e óleo de milho, aumentando a lista de produtos da cesta básica de 15 para 22 itens.


Na última votação, na Câmara dos Deputados, os parlamentares retiraram a água mineral da lista de produtos com alíquota reduzida. Alguns deputados tentaram incluir os biscoitos e bolachas na cesta básica nacional, com isenção, mas os itens continuaram a lista de alíquota mais baixa.


Se diversos alimentos tiveram imposto reduzido, as bebidas açucaradas e alcoólicas vão pagar mais. Esses produtos foram incluídos na lista do Imposto Seletivo, apelidado de Imposto do Pecado, que incidirá sobre bens que prejudicam a saúde ou o meio ambiente.


O Imposto Seletivo também será cobrado sobre bens minerais, jogos de azar, embarcações e aeronaves, produtos fumígenos (cigarros e relacionados) e veículos. Apesar de especialistas em saúde terem pedido - em audiências públicas - a inclusão de alimentos processados no imposto, o Congresso não acatou as reivindicações.


Preços finais


No caso do Imposto Seletivo, a sobretaxação resultará em aumento de preços. O contrário, no entanto, não está garantido. O impacto das isenções e das alíquotas reduzidas sobre os preços finais depende da cadeia produtiva dos alimentos. Isso porque o futuro Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que substituirá sete tributos atuais que incidem sobre o consumo, não será cobrado em cascata.


A cada etapa da cadeia produtiva, o produtor poderá deduzir o IVA sobre os insumos. Em tese, alimentos com cadeia produtiva mais longa, como os industrializados, poderão se aproveitar de mais créditos (deduções) sobre a etapa anterior de produção. Na teoria, os alimentos in natura terão menos descontos, porque a cadeia produtiva é mais curta, o que justifica a alíquota reduzida para sucos naturais e hortaliças. Mesmo assim, os impactos definitivos só serão conhecidos à medida que a reforma tributária entrar em vigor, com um cronograma de transição de 2026 a 2033.


Lista de alimentos regulamentados pela reforma tributária


Cesta básica nacional, com alíquota zero


1.    Açúcar;


2.    Arroz;


3.    Aveias;


4.    Café;


5.    Carnes bovina, suína, ovina, caprina e de aves e produtos de origem animal (exceto foie gras)


6.    Cocos;


7.    Farinha de mandioca e tapioca;


8.    Farinha de trigo;


9.    Feijões;


10.   Fórmulas infantis;


11.   Grão de milho;


12.   Leite fluido pasteurizado ou industrializado, na forma de ultrapasteurizado; leite em pó, integral, semidesnatado ou desnatado; e fórmulas infantis definidas por previsão legal específica;


13.   Manteiga;


14.   Margarina;


15.   Massas alimentícias;


16.   Mate;


17.   Óleo de babaçu;


18.   Pão francês;


19.   Peixes e carnes de peixes (exceto salmonídeo, atum, bacalhau, hadoque, saithe e ovas e outros subprodutos);


20.   Queijos tipo muçarela, minas, prato, de coalho, ricota, requeijão, provolone, parmesão, fresco não maturado e do reino;


21.   Raízes e tubérculos;


22.   Sal.


Alimentos com redução de 60% em relação à alíquota padrão


1.    Amido de milho;


2.    Biscoitos e bolachas (recheados, cobertos ou amanteigados, sem cacau);


3.    Crustáceos (exceto lagostas e lagostim);


4.    Extrato de tomate;


5.    Farinha, grumos e sêmolas, de cerais; grãos esmagados ou em flocos, de cereais;


6.    Fruta de casca rija regional, amendoins e outras sementes;


7.    Leite fermentado, bebidas e compostos lácteos;


8.    Massas alimentícias recheadas (mesmo cozidas ou preparadas de outro modo) e massas instantâneas;


9.    Mel natural;


10.   Óleo de soja, de milho, canola e demais óleos vegetais;


11.   Pão de forma;


12.   Polpas de frutas sem açúcar, outros edulcorantes e conservantes;


13.   Produtos hortícolas;


14.   Sucos naturais de fruta ou de produtos hortícolas sem açúcar, edulcorantes e conservantes.


Imposto Seletivo


Alíquota extra sobre os seguintes produtos que prejudicam a saúde ou o meio-ambiente:


1.    Bebidas açucaradas;


2.    Bebidas alcoólicas;

FONTE: Agência Brasil

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