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10/01/2025 às 10h24

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Inflação fecha 2024 em 4,83% e estoura teto da meta
A variação de 4,83% veio praticamente em linha com a mediana das projeções do mercado financeiro, que era de 4,84%, segundo a agência Bloomberg. O intervalo das estimativas ia de 4,7% a 4,91%
Inflação fecha 2024 em 4,83% e estoura teto da meta
Foto: Shutterstock

A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), fechou o acumulado de 2024 em 4,83%, segundo dados divulgados nesta sexta (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A alta veio após variação de 4,62% em 2023.


 O resultado de 2024 confirma o estouro do teto da meta de inflação, definido em 4,5%. Assim, o novo presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, terá de escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O documento deve explicar os motivos que levaram ao descumprimento do alvo, que tinha centro de 3% e intervalo de tolerância de 1,5% (piso) a 4,5% (teto).


Galípolo será o autor da oitava carta desde a adoção do sistema de metas, em 1999 -o seu antecessor, Roberto Campos Neto, escreveu duas.


A variação de 4,83% veio praticamente em linha com a mediana das projeções do mercado financeiro, que era de 4,84%, segundo a agência Bloomberg. O intervalo das estimativas ia de 4,7% a 4,91%.


Em 2023, o primeiro ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a inflação havia fechado abaixo do teto da meta, que era de 4,75%.
O resultado registrado à época (4,62%) veio após dois anos consecutivos de estouro do objetivo, em 2022 (5,79%) e 2021 (10,06%), durante o governo Jair Bolsonaro (PL).


RESULTADO MENSAL


No recorte mensal, a inflação acelerou a 0,52% em dezembro de 2024, apontou o IBGE. A taxa havia sido de 0,39% em novembro.


Analistas do mercado esperavam IPCA de 0,53% para o último mês do ano passado, conforme a mediana de pesquisa da Bloomberg. O intervalo das estimativas ia de 0,42% a 0,6%.


CENÁRIOS DE 2024 E 2025


Em 2024, a inflação foi influenciada pela carestia dos alimentos, que vinham de trégua em 2023. Os preços ficaram mais altos em meio a problemas climáticos que reduziram a oferta de parte das mercadorias.


O dólar teria gerado impacto adicional. A moeda americana em elevação estimulou exportações de itens como carnes, provocando reflexos na oferta interna, segundo analistas.


Eles também citam a demanda aquecida com a melhora do mercado de trabalho como um dos fatores responsáveis pela pressão nos preços.


Em 2025, as previsões indicam que a inflação dos alimentos pode ficar menor com a ampliação esperada para a safra agrícola. O país, contudo, ainda deve enfrentar desafios no controle de diferentes preços.


Dólar alto, impacto do desemprego baixo na demanda por serviços, pressão na gasolina e reajustes já confirmados em tarifas do transporte público fazem parte dessa lista.


Para o IPCA de 2025, as projeções do mercado estão em 4,99%, conforme a mediana do boletim Focus mais recente, divulgado pelo BC na segunda (6).


MUDANÇA NA META


O centro da meta de inflação segue em 3% neste ano, com intervalo de tolerância de tolerância de 1,5% (piso) a 4,5% (teto).


Há, porém, uma mudança: o BC passa a perseguir o objetivo de forma contínua. Isso significa que o chamado ano-calendário, de janeiro a dezembro, será abandonado após 2024.


No modelo contínuo, a partir deste ano, a meta será considerada descumprida quando a variação do IPCA em 12 meses ficar por seis meses seguidos fora do intervalo de tolerância (1,5% a 4,5%). O índice está acima do teto desde outubro.


O sistema de metas funciona como âncora para a condução da política monetária do BC. Com o aumento das expectativas de inflação, a instituição passou a subir a taxa básica de juros, a Selic, que está em 12,25% ao ano.


A medida busca esfriar a demanda por bens e serviços e, assim, reduzir a pressão sobre os preços. Analistas esperam Selic de 15% ao final de 2025, de acordo com o Focus.


O possível efeito colateral do aperto monetário é a desaceleração da atividade econômica. Os juros elevados dificultam o consumo e os investimentos produtivos.

FONTE: Notícias ao Minuto

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