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02/01/2025 às 17h06 - atualizada em 03/01/2025 às 08h26

Acta

MACEIO / AL

Hospital confirma 2ª morte por suspeita de envenenamento no PI; outros dois familiares estão em estado grave
Ao todo, nove pessoas de uma mesma família passaram mal e foram hospitalizados na quarta (1º) após comerem peixes doados na noite anterior. Duas delas já receberam alta. Um adolescente de 17 anos morreu na ambulância ainda na quarta.
Hospital confirma 2ª morte por suspeita de envenenamento no PI; outros dois familiares estão em estado grave
Polícia Civil recolhe peixes que família ganhou e depois comeu e passou mal no Piauí. FOTO: Montagem/g1

Igno Davi, de 1 ano, morreu na tarde desta quinta-feira (2) com suspeita de envenenamento em Parnaíba, no litoral do Piauí. Essa é a 2ª morte confirmada na família que passou mal e foi hospitalizada após comer peixes doados. Manoel Leandro da Silva, de 17 anos, morreu ainda na quarta (1º), depois da família comer o alimento. Outras dois familiares estão em estado gravíssimo.


A informação da segunda morte com suspeita de envenenamento foi confirmada pelo Hospital Regional Dirceu Arcoverde (Heda), onde a vítima estava internada.


Ao todo, nove pessoas da mesma família foram socorridas com suspeita de envenenamento. Duas morreram, duas receberam alta hospitalar, outras cinco estão internados, sendo duas em estado gravíssimo.


Esse é o segundo caso de família vítima de envenenamento registrado no país em menos de 30 dias. 


O bebê de 1 ano que morreu é irmão dos meninos Ulisses Gabriel e João Miguel, que morreram depois de comerem cajus envenenados em agosto de 2024. A mãe deles é uma das familiares internadas em estado gravíssimo. Não se sabe se há relação entre os dois casos.


Um parente informou à polícia que a família passou mal na quarta-feira (1º) após comer peixe e arroz de uma cesta básica doada na noite de terça-feira (31). No entanto, segundo o delegado Abimael Silva, os familiares comeram apenas o peixe da cesta e requentaram outro arroz, preparado na casa deles na noite anterior.


"As pessoas que entregaram o alimento se apresentaram de forma espontânea e vão ser ouvidas hoje à tarde pela polícia. O arroz consumido pela família vítima do infortúnio foi preparado pela própria família no dia anterior. Eles não consumiram o arroz doado pelas pessoas, apenas a manjuba (peixe) que veio na sacola", explicou o delegado.


Ainda conforme o delegado, a Polícia Civil do Piauí (PCPI) aguarda os exames toxicológicos feitos pelo Instituto Médico Legal (IML), que vão definir a causa da morte do adolescente e as substâncias que estão no organismo das vítimas internadas.


A perícia também vai determinar se havia substâncias tóxicas nos alimentos doados. Enquanto isso, familiares e testemunhas estão sendo ouvidos pelos policiais.


Estado gravíssimo


De acordo com o diretor técnico do Heda, Carlos Teixeira, duas crianças estão em estado gravíssimo no Hospital Nossa Senhora de Fátima, que funciona como um anexo do Dirceu Arcoverde. Uma delas chegou ao hospital em ventilação mecânica pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).


No próprio Heda, a paciente em estado gravíssimo é Francisca Maria da Silva, de 32 anos, que foi entubada na manhã desta quinta-feira (2). Ela é mãe dos meninos Ulisses Gabriel e João Miguel, que morreram depois de comerem cajus envenenados em agosto de 2024. Não se sabe se há relação entre os dois casos.


"Os sintomas [dos pacientes] foram basicamente os mesmos: frequência cardíaca abaixo do normal, sudorese intensa, rebaixamento de nível de consciência. A gente ainda está fazendo exames para descobrir a origem e o material desse envenenamento. Estamos dando atenção prioritária às crianças em estado gravíssimo", afirmou o diretor Carlos Teixeira.


Além dos familiares em estado gravíssimo, duas receberam alta e os outros três continuam em observação no Heda e no Hospital Nossa Senhora de Fátima.


Perícia vai analisar material


Em entrevista à TV Clube, o diretor do Instituto de Medicina Legal (IML), Antônio Nunes, afirmou que a perícia da Polícia Civil coletou material genético do estômago, sangue e urina do adolescente morto.


Outras equipes coletaram sangue e urina das vítimas internadas no Heda, que também serão analisados.


Além disso, uma equipe do IML foi à residência da família e apreendeu os alimentos consumidos por ela para determinar se há substâncias tóxicas neles.


O diretor apontou que as vítimas tiveram sintomas típicos de intoxicação por veneno, como cólicas, diarreia, falta de ar e tremores.


Entenda o caso


Um adolescente chamado Manoel Leandro da Silva, de 17 anos, morreu com suspeita de envenenamento no conjunto Dom Rufino, em Parnaíba, na quarta. Conforme o delegado Renato Pinheiro, outras oito pessoas da mesma família, incluindo quatro crianças, também foram hospitalizadas.


Ao g1, o delegado informou que a família passou mal na quarta após ingerir peixes e arroz recebidos na noite de terça-feira (31). Os oito familiares, incluindo uma criança de dois anos, foram socorridos e encaminhados para o hospital.


De acordo com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o adolescente morreu ainda na ambulância.


"O Samu foi acionado e, quando chegou, uma das vítimas estava apresentando um quadro de convulsão. Iniciaram o atendimento e identificaram um possível envenenamento. Toda a família estava apresentando sinais de intoxicação. Parte dos peixes foi apreendida para a perícia ser feita", afirmou o delegado.


Quem são as vítimas?


Segundo a Polícia Militar do Piauí (PMPI), as vítimas são:


Manoel Leandro da Silva, de 17 anos (morto);


Duas irmãs do adolescente;


Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos (padrasto do adolescente);


Maria Jocilene da Silva, de 41 anos, e seu filho;


Três crianças, filhas das irmãs do adolescente.


A PMPI informou que o dono da casa disse que seus familiares comeram peixe e alimentos de uma cesta básica doada na terça a noite à família. Porém, afirmou também que não se lembra do nome do doador.


Segundo a Polícia Civil, Manoel Leandro também é parente de Ulisses Gabriel da Silva, de oito anos, e João Miguel da Silva, de sete, mortos em 2024 após comerem cajus envenenados.

FONTE: g1

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