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15/12/2024 às 14h02

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'Meu tio poderia estar vivo. Essas pessoas são monstros', diz sobrinha de homem que morreu sentado em cadeira de UPA
Ao saber da morte de José Augusto Mota da Silva, família pensou que era trote e ficou chocada com vídeos do caso
'Meu tio poderia estar vivo. Essas pessoas são monstros', diz sobrinha de homem que morreu sentado em cadeira de UPA
Ao saber da morte de José Augusto Mota da Silva, família pensou que era trote e ficou chocada com vídeos do caso. Foto: Reprodução

A última vez que o garçom e artesão José Augusto Mota da Silva, de 32 anos, falou com a família, que vive em Mogi Guaçu, no interior de São Paulo foi na quarta-feira. Depois de perguntar se todos estavam bem, contou para uma das irmãs, Meiriane Mota da Silva, de 38 anos, que estava com fortes dores no estômago e tinha marcado uma consulta numa clínica da família com um especialista. No início da madrugada de sábado (14), outra ligação trouxe a notícia que todos pensaram inicialmente que fosse um trote. Um amigo de José Augusto localizou parentes dele pelas redes sociais e contou que ele morrera sentado em uma cadeira na UPA da Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio. José Augusto passara pela triagem, e a equipe de saúde parece não ter percebido a gravidade do caso:


— Ele poderia estar vivo. Essas pessoas que estavam de plantão na UPA são monstros. Vamos processar a prefeitura. A gente retornou as ligações desse amigo para confirmar que não era mentira. Foi quando começaram a circular os vídeos em que mostram meu tio morto. Ficamos chocados — diz a funcionária de almoxarifado Emily Larissa, de 19 anos, filha de Meiriane.


Em um dos vídeos, uma mulher aparece e comenta:


"O homem chegou aqui gritando de dor, e só o atenderam depois que ele morreu. Isso é uma ruindade, uma ruindade, todos são culpados".


Pelas redes sociais, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz informou que foi aberta sindicância e que toda a equipe de plantão na UPA será demitida:


''Todos os profissionais que estavam no plantão da UPA da Cidade de Deus, na noite de ontem, serão demitidos, responderão sindicância e serão denunciados nos seus respectivos conselhos de classe. É inadmissível não perceberem a gravidade do caso'', disse Soranz pelas redes sociais.


A sobrinha e a irmã de José Augusto chegaram no início da noite de sábado ao Rio de ônibus para liberar o corpo e já retornaram. O enterro será em Mogi Guaçu. O atestado emitido pelo Instituto Médico-Legal foi inconclusivo. Os peritos aguardam exames laboratoriais que podem apontar a causa da morte do garçom.


Nascido em uma família de cinco irmãos, José Augusto morava no Rio desde 2012. De dia vendia artesanato na praia e à noite trabalhava como garçom em um restaurante na Rua Olegário Maciel, na Barra da Tijuca. Nos últimos meses, morava sozinho em Rio das Pedras, depois de romper com uma namorada.


— Ele decidiu morar do Rio depois de ficar muito triste com a morte da mãe — disse Larissa


Em dificuldades financeiras, José Augusto chegou a morar nas ruas de Copacabana. Quem conta é o porteiro Douglas Batista da Silva, o mesmo amigo que o levou para a Upa da Cidade de Deus. Ele definiu a situação como absurda e que alertou funcionários da unidade que o caso do amigo parecia ser muito grave.


— Ele me ligou pedindo ajuda para procurar uma emergência. Quando o encontrei, ele estava se queixando de muitas dores e vomitava. Fomos de Van até a Cidade de Deus. Eu mesmo falei na recepção que se tratava de uma emergência. Voltei para casa para ficar com meu filho. No início da madrugada começaram a aparecer imagens nas redes sociais de alguém morreu na UPA. Voltei para UPA, reconheci o corpo e falei com a família — disse Douglas.


 

FONTE: g1

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