19/11/2024 às 17h58 - atualizada em 19/11/2024 às 18h01
Acta
MACEIO / AL
A “2ª chamada” da foto de família do G20 incluiu os faltosos do clique de segunda-feira (18), mas teve outra ausência. Desta vez tirada dentro do MAM, a “nova foto oficial” traz o americano Joe Biden, o canadense Justin Trudeau e a italiana Giorgia Meloni, retardatários na 1ª tentativa. Mas, mais uma vez, não deu para reunir todo mundo.
Não posaram desta vez o argentino Javier Milei, a mexicana Claudia Sheinbaum, o britânico Keir Starmer e o russo Sergey Lavrov. Até a última atualização desta reportagem, não se sabia por que eles não apareceram no palanque — agora interno, de 3 andares, com um painel do Rio ao fundo.
De qualquer modo, o Rio de Janeiro retomou (com essa dobradinha) a tradição da foto da família G20, que tinha sido quebrada nas 2 últimas edições.
Nesta segunda (18), a maioria dos líderes posou para outra foto nos jardins do Museu de Arte Moderna (MAM) e, com o Pão de Açúcar ao fundo, para o registro oficial da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tinha ficado de fora da foto. Ele se atrasou porque estava reunido com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, que também não chegou a tempo, segundo apurou o Blog da Julia Duailibi. Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália, também se atrasou.
Imagens mostram os três chegando ao local da foto pouco depois.
Sob o palanque duplo, um painel dizia: Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa do governo brasileiro referendada por todo o G20 — incluindo a Argentina de Javier Milei, que aderiu de última hora.
A última havia sido tirada em 2021, em Roma, na Itália. Em Bali, em 2022, e em Nova Déli, ano passado, as autoridades julgaram que posar com a Rússia “queimaria o filme” — como se estivessem endossando a invasão à Ucrânia.
O presidente russo, Vladimir Putin, não veio ao G20, mas seu representante, o ministro de Relações Exteriores, Sergey Lavrov, participou da foto.
A guerra caminha para o 3º ano e sem sinais de trégua — ao contrário: no domingo (17), a Rússia lançou 120 mísseis e 90 drones contra infraestruturas de energia da Ucrânia; e, segundo o New York Times, o presidente Joe Biden autorizou Kiev a usar mísseis americanos de longo alcance contra o invasor.
Vitória do Brasil
Especialistas ouvidos pelo g1 tinham dito — quando a foto da família ainda era uma incógnita — que a retomada da tradição seria uma vitória do governo brasileiro.
“Esses registros fotográficos são marcantes em quaisquer cúpulas, não só no G20. Muitas vezes se faz questão de reunir as lideranças para mostrar um grau de entendimento e de diálogo”, explicou Paulo Velasco, professor de Política Internacional da Uerj.
“E é tudo o que não temos tido nos últimos anos. É um mundo muito mais fraturado, mais dividido, mais marcado por antagonismos”, ressaltou Velasco.
Para o cientista político Maurício Santoro, professor de Relações Internacionais e colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha, “as fotos de cúpula são uma formalidade”. “Sua ausência não é representativa de um fracasso de negociações”, pontuou.
“Contudo, para o governo Lula, a foto de cúpula é importante. Seria representar em uma imagem a ideia de que ‘o Brasil voltou’, um dos slogans do presidente, e seu esforço em retomar o protagonismo diplomático que o país havia perdido nos últimos anos”, destacou Santoro.
“O Brasil tem a expectativa de conseguir a aprovação consensual de algumas iniciativas — especialmente a Aliança Global contra a Fome à Pobreza. Então, se houver um documento que inclua este tipo de medida prática, poderemos dizer que que será uma cúpula com resultados mais concretos do que as últimas duas”, frisou Velasco.
“Se houver de fato a fotografia, já será um indicativo de que o clima está menos fraturado, e as hostilidades, menores do que em anos anteriores”, pontuou.
“Será um sinal de avanço, e o Brasil poderá colher os louros disso”, emendou Velasco.
FONTE: g1
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