29/10/2024 às 14h58
Allan Jones
Maceió / AL
O caso da morte do ativista político Kleber Malaquias pode ganhar um novo rumo. O prefeito de Rio Largo, Gilberto Gonçalves (PP) e a primeira-dama, Cristina Gonçalves podem estar envolvidos no assassinato de Malaquias. Quem revela essa informação é o blogueiro Cícero Leonardo Terto, que é da cidade de Rio Largo, e concedeu uma entrevista ao blog Com a Palavra contando detalhes do caso que culminou com a morte de Kleber, ocorrido em 15 de julho de 2020, dentro de um Bar.
Nesta terça-feira, o portal Acta vai exibir uma entrevista exclusiva com o blogueiro Cícero Leonardo e o empresário Luiz Francelino, a partir das 20h, no canal do Acta no YouTube.
Cícero Leonardo administra um perfil de notícias no Instagram e recorrentemente emite a sua opinião sobre a gestão da Prefeitura de Rio Largo, semelhante ao que fazia o ativista Kleber Malaquias.
“Todas as pessoas envolvidas com a morte de Kleber Malaquias tinham ligações com o grupo político do prefeito Gilberto Gonçalves e da Cristina Gonçalves. Eu conhecia o Kleber e sempre o alertei das ameaças que ele sofria. Depois da morte dele, eu fui testemunha no inquérito da Polícia e sei das informações que fazem parte do inquérito. Eu declarei para a Polícia que quem mandou matar o Kleber foi a Cristina Gonçalves. Ela (Cristina) me processou por calúnia e esse processo até hoje nunca andou porque ela sabe que se for adiante vai feder para o lado dela”, revelou Cícero Leonardo.
Segundo o blogueiro Leonardo Terto, no inquérito da Polícia Federal aparecem fortes indícios que apontam a presença de uma organização criminosa na cidade de Rio Largo contando com a participação do prefeito Gilberto Gonçalves e de Cristina Gonçalves.
Durante contato com o blog Com a Palavra, Leonardo ainda mencionou o nome do vereador por Rio Largo, Cícero Inácio (PP) que é ligado ao grupo de Gilberto Gonçalves e que também teria interesse na morte de Kleber Malaquias. “O Cícero Inácio é um cara ligado à Cristina Gonçalves. Eu fiz uma investigação em uma outra cidade e ele aparece como ‘testa de ferro’ dela em um empreendimento”.
O blog tentou contato com o vereador Cícero Inácio. A assessoria dele informou que não possui autorização para falar sobre o assunto e informou que o parlamentar está em São Paulo participando de um Encontro Nacional de gestores e legislativos municipais promovido pela UVB.
Nossa equipe também tentou contato com o prefeito Gilberto Gonçalves e a primeira-dama Cristina Gonçalves, mas a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Rio Largo não atendeu as nossas ligações em nenhum momento e não retornou o nosso contato.
Jurado de morte
Em um vídeo gravado ao lado do empresário Luiz Francelino da Silva, o blogueiro Cícero Leonardo Terto soube que esteve jurado de morte na cidade de Rio Largo dias antes da eleição realizada no dia 06 de outubro.
De acordo com Luiz Francelino, ele recebeu um convite do vereador Cícero Inácio para armar uma emboscada visando atrair o blogueiro Cícero Leonardo Terto para determinada região da cidade com o apoio de Cristina Gonçalves. “Quando eu recebi esse convite logo imaginei que estariam tramando algo para atrair o Cícero Leonardo e matá-lo. Mas eu também percebi que estaria correndo risco de vida, e por isso, alertei ao Leonardo Terto sobre essa possibilidade”, relatou o empresário Luiz Francelino.
Ele e o blogueiro Cícero Francelino tem adotado uma rotina de vida mais restrita na cidade de Rio Largo em meio as declarações e as graves acusações depois da morte de Kleber Malaquias. Questionados pelo blog Com a Palavra se existiria a possibilidade de eles solicitar à justiça proteção da Polícia, ambos rechaçam essa hipótese, pelo menos por enquanto.
O blog procurou os órgãos de Segurança Pública do Estado para entender como funciona a proteção especial a vítimas e a testemunhas. Entramos em contato com a Polícia Civil e a Secretaria de Estado da Segurança Pública, mas os órgãos não souberam informar acerca do assunto.
Em contato com o Ministério Público Estadual, o órgão foi claro e explicou que existe a Lei Nº 9.807, que institui o Programa Federal de Assistência às Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas e dispõe sobre a proteção de acusados ou condenados que tenham voluntariamente prestado efetiva colaboração à investigação policial e ao processo criminal.
No 5º artigo, a lei explica de forma detalhada como as vítimas podem solicitar a inclusão no programa:
Art. 5o A solicitação objetivando ingresso no programa poderá ser encaminhada ao órgão executor:
I - pelo interessado;
II - por representante do Ministério Público;
III - pela autoridade policial que conduz a investigação criminal;
IV - pelo juiz competente para a instrução do processo criminal;
V - por órgãos públicos e entidades com atribuições de defesa dos direitos humanos.
§ 1o A solicitação será instruída com a qualificação da pessoa a ser protegida e com informações sobre a sua vida pregressa, o fato delituoso e a coação ou ameaça que a motiva.
Com a Palavra
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