08/10/2024 às 16h20 - atualizada em 09/10/2024 às 08h16
Acta
MACEIO / AL
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, nesta terça-feira (8/10), o nome do economista Gabriel Galípolo para o comando do Banco Central (BC). Foram 26 votos a zero. Agora, Galípolo precisa ser aprovado pelo plenário da Casa, o que deve ocorrer ainda nesta terça.
Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 28 de agosto, o economista é, atualmente, diretor de Política Monetária do Banco Central. Já foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda, braço direito do ministro Fernando Haddad.
Galípolo conversou com mais de 60 senadores antes da sabatina, tinha aceitação no mercado e não sofreu resistências dentro do Senado. No entanto, perguntas sobre a independência do Banco Central marcaram a sabatina.
Um dos motivos para a insistência dos senadores no tema da independência são os atritos de Lula com o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Desde que assumiu seu cargo, o mandatário da República fez várias manifestações negativas contra o chefe da autoridade monetária, sobretudo em relação à taxa básica de juros, a Selic.
Senadores abordaram ainda a relação de Galípolo com o presidente Lula e com Campos Neto. O indicado respondeu aos parlamentares que houve “uma frustração” de quem pensava que, logo na entrada dele no BC, haveria disputas e brigas. O economista declarou que sua relação com ambos é a “melhor possível”.
“Quanto à questão das críticas ao Roberto [Campos Neto] ou a alguma questão com o próprio presidente Lula, eu sinto que eu gerei uma grande frustração na expectativa que existia de que, ao entrar no Banco Central, fosse começar um grande reality show, com grandes disputas e brigas ali dentro”, ressaltou.
“E eu, infelizmente, tenho uma informação chata para dar a todos: a minha relação com o presidente é a melhor possível, com o presidente Lula e com o presidente Roberto. É a melhor possível, eu sempre fui muito bem tratado pelos dois”, disse aos senadores.
Galípolo também negou que, em algum momento desde que assumiu a diretoria de Política Monetária do BC, tenha sofrido pressão de Lula.
“Eu realmente jamais sofri. Todas as vezes que o presidente me encontrou ou me ligou foi para dizer: ‘Comigo você terá toda a tranquilidade. Eu jamais vou te perguntar antes, eu jamais vou fazer qualquer tipo de interferência, você vai ter toda a liberdade para tomar a decisão de acordo com o seu juízo. Eu vou respeitar isso'”, contou o economista.
No parecer aprovado pela CAE, o líder do governo no Senado e relator da indicação, Jaques Wagner (PT-BA), fez elogios a Galípolo, citando “o alto nível de qualificação profissional, a larga experiência em cargos públicos e a sólida formação acadêmica” do economista.
O mandato de Campos Neto encerra-se em 31 de dezembro de 2024. Caso Galípolo seja aprovado pelo plenário, ele assumirá o cargo no período de 1º de dezembro de 2025 ao fim de 2028.
Quem é Gabriel Galípolo
Natural da capital de São Paulo, Gabriel Galípolo, de 42 anos, tem experiência nos setores público e privado. Desde julho do ano passado, ele é diretor de Política Monetária do BC.
Antes de integrar o colegiado do banco, Galípolo foi o braço direito do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quando foi secretário-executivo da pasta, entre janeiro e junho de 2023.
Alguns dos desafios de Galípolo à frente do BC serão:
inflação;
taxa Selic;
dólar;
PIB; e
emprego.
FONTE: Metrópoles
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