03/10/2024 às 12h20 - atualizada em 03/10/2024 às 16h24
Acta
MACEIO / AL
Na madrugada desta quinta-feira (3), o tenente-coronel da Polícia Militar, Ozelito Martins da Rocha, foi preso após cometer agressão física e verbal contra a advogada Alice Rikelly da Silva Teles. Ela integra a coligação “Para Frente Canoa”, da candidata à Prefeitura de Lagoa da Canoa, Edilza Alves (PP), enquanto Ozelito atua como assessor do candidato opositor, Jairzinho Lira (MDB).
A agressão, que foi registrada em vídeo, ocorreu em uma via pública, na presença de outros policiais militares, que já haviam sido chamados para intervir em uma confusão envolvendo o oficial da reserva e dois jovens.
A prisão de Ozelito foi determinada pelo Comandante Geral da Polícia Militar de Alagoas (PM-AL), coronel Paulo Amorim. O oficial foi encaminhado à Corregedoria da Polícia Militar, em Maceió, onde ficará detido. A Secretaria de Comunicação do Estado (Secom) confirmou a prisão.
A guarnição que participou da ocorrência também está detida no 3º Batalhão, em Arapiraca, para prestar depoimentos sobre o caso. Segundo a Secom, esses procedimentos são necessários para que as medidas administrativas adequadas sejam tomadas.
O caso
Segundo informações presentes no boletim de ocorrência registrado na Central de Polícia de Arapiraca, o incidente aconteceu por volta das 3h45 da madrugada. Dois jovens, em carros separados, foram cercados pelo veículo de Ozelito, que desceu armado e, junto com outras pessoas, exigiu que um dos rapazes entregasse o celular e informasse a senha.
O jovem recusou, sendo então ameaçado e agredido por Ozelito, que o segurou pelo pescoço enquanto um homem identificado como Paulo César pegava o celular da vítima. Após isso, o oficial da reserva teria chutado o carro do rapaz.
A advogada Alice Rikelly, ao saber do ocorrido, foi até o local para tentar acalmar a situação. Em seguida, uma guarnição da PM chegou e tentou conversar com a advogada e o tenente-coronel. Nesse momento, Ozelito, visivelmente alterado, agrediu verbalmente e fisicamente a advogada, dizendo: “Advogada pra mim é nada, agora me filma”.
Os policiais presentes alegaram que, por ser oficial da PM, Ozelito só poderia ser conduzido por um superior. A advogada formalizou a denúncia e fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Arapiraca.
Repúdio da OAB Alagoas
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Alagoas emitiu uma nota de repúdio à agressão sofrida pela advogada. Na nota, diversas subseções da OAB também manifestaram solidariedade e destacaram que a violência contra Alice é uma afronta a toda a classe advocatícia.
“A violência cometida contra a advogada atinge não só a esfera pessoal, mas também a dignidade de toda a advocacia. Trata-se de uma grave violação das prerrogativas profissionais", afirmou a OAB.
A entidade também se comprometeu a acompanhar de perto o caso, exigindo que todas as medidas legais sejam tomadas para punir o responsável.
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