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10/09/2023 às 09h57 - atualizada em 11/09/2023 às 07h12

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ARTIGO: Cafés, risadas e promessas silenciosas: a crônica de um amor efêmero
Jornalista Lininho Novais
ARTIGO: Cafés, risadas e promessas silenciosas: a crônica de um amor efêmero
Jornalista Lininho Novais assina artigo semanal

Na cidade de contrastes, onde o moderno se erguia ao lado do antigo, duas almas se entrelaçaram em uma trama de desejo, esperança e corações cansados. Ele, um arquiteto que moldava sonhos em concreto e vidro. Ela, uma publicitária, cuja vida real nem sempre coincidia com os slogans brilhantes de suas campanhas.


Casados, mas não realizados em seus relacionamentos, o arquiteto e a publicitária encontraram refúgio no olhar um do outro. Encontros furtivos em cafés aconchegantes, onde as risadas ecoavam como o som das marteladas em um canteiro de obras. Meses intensos se desdobraram diante deles, onde cada minuto roubado era um pedaço de felicidade que não pertencia a ninguém mais além deles mesmos.


O arquiteto, com sua visão meticulosa e habilidade para criar beleza a partir do nada, viu na publicitária uma musa viva. Cada sorriso dela era como uma janela para um mundo de possibilidades, e ele desejava projetar um futuro onde pudessem estar juntos, onde cada tijolo de sua paixão construiria uma vida nova e repleta de significado.


Enquanto isso, a publicitária buscava em seus momentos roubados com o arquiteto uma fuga de sua realidade sufocante. Seu casamento, uma fachada brilhante para o mundo exterior, escondia a escuridão de um relacionamento tóxico e frustrante. As campanhas que ela criava eram como uma máscara que ocultava sua verdadeira essência. O arquiteto via além dessa fachada, ele via a mulher que ansiava por conexão genuína.


Os dois amantes sabiam que o que viviam era um fogo fugaz, um amor que queimaria intensamente por um tempo, mas que estava fadado a se consumir. Os deveres e compromissos em seus casamentos originais eram como as amarras que os impediam de voar juntos. Mas, por mais breve que fosse, o amor deles era real. O tempo não era um inimigo, mas sim uma dimensão distinta que lhes permitia transcender a monotonia de suas vidas regulares.


Em seus últimos momentos juntos, os olhares se encontraram e as mãos se tocaram, como se estivessem gravando cada detalhe no âmago de suas almas. As promessas silenciosas eram mais eloquentes do que qualquer palavra poderia ser. E então, como uma obra de arte temporária, o relacionamento deles chegou ao fim. Como um edifício que se completa, eles precisavam permitir que suas emoções fossem encapsuladas, preservadas na memória, mesmo que a estrutura tangível se desfizesse.


O arquiteto voltou para suas plantas e projetos, criando espaços magníficos para outros sonhadores habitarem. A publicitária continuou a criar campanhas brilhantes, mas agora com uma profundidade que vinha da experiência do amor vivido e perdido.


Com o tempo, eles seguiram adiante, mas as marcas daquela paixão avassaladora permaneceram, como cicatrizes douradas em seus corações. Afinal, quem disse que o tempo é o único juiz do valor de um sentimento? Por alguns meses, eles viveram um amor intenso que os transformou, mostrando que, em um mundo onde tudo é passageiro, os momentos de verdadeiro amor podem ser eternos.

FONTE: Por Lininho Novais

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