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21/01/2022 às 08h07 - atualizada em 21/01/2022 às 20h51

Acta

MACEIO / AL

Defensoria recorrerá de decisão que manteve cancelamento do concurso da PC
Para o órgão, repetição de etapas antes do fim das investigações vai gerar novos problemas
Defensoria recorrerá de decisão que manteve cancelamento do concurso da PC
Defensoria Pública recorrerá de decisão que manteve cancelamento do concurso da Polícia Civil - Foto: Divulgação

A Defensoria Pública do Estado de Alagoas, através do seu Núcleo de Proteção Coletiva, recorrerá da decisão judicial, proferida nessa quinta-feira, 20, que indeferiu liminar cautelar solicitando a proibição de repetição das etapas do Concurso para a Polícia Civil de Alagoas até o resultado das investigações.


Para a Defensoria Pública, a repetição das etapas, antes da conclusão das investigações, pode tornar a situação atual ainda pior, caso o inquérito confirme o relatório preliminar do Cebraspe e as investigações iniciais, no sentido de possível delimitação dos fraudadores para alguns cargos.


“Não se discute a existência de fraude. A questão é se ela pode ser delimitada. Se sim, a lei do concurso manda que elimine os fraudadores e siga o certame com os aprovados por mérito. Por ora, as investigações apontam que, para alguns cargos, elas podem ser delimitadas sim, fato que retira a necessidade de anulação das etapas. E, se repetir as etapas antes do final das investigações, corre-se grande risco de ter que anulá-las também. É transformar 1 problema em 2 problemas. O que está ruim pode ficar pior e isso não foi considerado na decisão”, destacou o defensor público Ricardo Melro, autor da ação. 


No recurso, ainda consta que os juízes Manoel Cavalcante e Ester Manso analisaram situações idênticas nos casos dos Oficiais da PM e do Corpo de Bombeiro, acolhendo o pleito da Defensoria. Destas decisões, a Seplag informou que não recorrerá, aceitando-as, o que traz a segurança de que a medida cautelar é urgente e adequada. 


Na ação, a instituição demonstrou que a Seplag motivou seu ato de cancelando nas investigações da polícia, dizendo que elas eram claras no sentido que seria impossível identificar os fraudadores, porém, não é isso que consta no inquérito. 


Além do mais, a ação civil pública é o instrumento adequado para se fazer o controle jurisdicional dos concursos públicos, que é um procedimento de seleção que interessa a toda a sociedade, mormente na área de segurança pública. É ao mesmo tempo o interesse difuso (população) e coletivo estrito senso (candidatos) que estão sendo tratados. As varas da fazenda têm várias ACPs cuidando de diversos concursos há anos em Alagoas e Brasil afora. Alem disso, há a insegurança jurídica causada por uma repetição de etapas com grandes chances de ser anulada após a conclusão do inquérito, mais o dano aos cofres públicos que já conta com recentíssimo aditivo contratual de reequilíbrio financeiro para a empresa repetir as provas, sem falar na lesão aos aprovados que estão seguindo no concurso por mérito ou nos que porventura passem na repetição das etapas. A insegurança jurídica é imensa. 


A Defensoria Pública segue confiando no Tribunal de Justiça, acreditando que acolherá o recurso e reformará a decisão.

FONTE: Com informações da Defensoria Pública

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